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Circuit breaker: qual é a sua reação às fortes quedas na Bolsa?

20 mar 2020, 12:09 - atualizado em 20 mar 2020, 12:09
Mercados Ibovespa B3
O ano de 2020 está bastante desafiador; até o dia 17 de março, o Ibovespa acumulou uma desvalorização de 35,48% (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

Segundo o megainvestidor Warren Buffett, quem investe na Bolsa precisa ter sempre em mente que apesar do alto potencial de ganhos, nunca estão descartadas as quedas abruptas nos preços das ações: “O sinal pode, a qualquer momento, ir de verde a vermelho, sem passar pelo amarelo.” Buffet também ressalta a importância da visão de longo prazo e a cautela necessária para controlar uma carteira de ações: “Só compre algo que você ficaria perfeitamente feliz em manter caso o mercado fechasse por 10 anos.”

Essas frases caem como uma luva no cenário atual. Depois de um período em que a Bolsa brasileira saiu de 87 mil pontos no final de 2018 e foi para 115,6 mil no fechamento de 2019, uma alta de 31,58% do Ibovespa, o ano de 2020 está bastante desafiador – até o dia 17 de março, o índice acumulou uma desvalorização de 35,48%.

Primeiro, surgiram as incertezas em relação ao impacto do coronavírus (Covid-19) na economia global e, em seguida, veio à tona o embate entre a Opep e a Rússia em torno do preço, o que trouxe mais nervosismo ao mercado financeiro.

Assim, passamos rapidamente de uma fase bull market, movimento de alta na Bolsa, para bear market, trajetória de queda, além da intensa volatilidade.

O cirkuit breaker paralisa a Bolsa sempre que há uma queda de mais de 10% em relação ao fechamento do dia anterior, funciona como uma proteção em momentos atípicos e de pânico. O período de pausa é para que os investidores analisem com mais critério suas posições.

Você tem ações? Como você está reagindo a tudo isso? Ainda não investe na Bolsa, mas pensa em entrar nesse mercado? Seguem alguns pontos de atenção para que você não tome decisões precipitadas ou impensadas:

Reavalie o seu perfil de investidor

Com a queda da Selic, houve maior propensão para investimentos em renda variável em busca de maiores rentabilidades. A própria alta da Bolsa ao longo do ano passado foi atraindo ainda mais investidores, porém muita gente não avaliou com profundidade seu perfil antes de assumir mais risco.

Mercados
Para investir em ações, você precisa saber exatamente qual é o seu grau de tolerância às oscilações de preços no mercado (Imagem: Unsplash/@m_b_m)

Para investir em ações, você precisa saber exatamente qual é o seu grau de tolerância às oscilações de preços no mercado. Além de responder os questionários de suitability dos bancos e corretoras e conversar com o seu assessor de investimentos, você pode usar um simulador de investimentos. Com esta ferramenta, você vai testar carteiras de ações e ver como elas teriam oscilado em diversas janelas de tempo.

Esses estudos importantes principalmente se você ainda não passou por nenhuma “prova real”, enfrentando alguma queda abrupta na Bolsa. Certamente esses testes no simulador vão te ajudar a reforçar o seu autoconhecimento como investidor e, assim, você conseguirá calibrar sua carteira ao nível de risco adequado, dividindo melhor o dinheiro entre as diversas classes de ativos – ações, multimercados, renda fixa, moedas e ouro etc. Você não pode se sentir desconfortável com seus investimentos!

Evite o Efeito Manada

Principalmente nos períodos de incertezas de maior volatilidade na Bolsa, os investidores costumam agir por impulso ou de forma impensada, dominados pelo medo, imitando as posições adotadas pela maioria, em vez de se basearem em avaliações consistentes e nas suas próprias conclusões. É o chamado Efeito Manada.

Antes de tomar decisões, analise sua carteira com precisão, usando um consolidador de investimentos e procure um consultor, profissional que tem os requisitos técnicos para te orientar, esclarecer os fatos e recomendar mudanças no seu portfólio, quando realmente necessárias.

Ibovespa versus outras carteiras

O Ibovespa é o principal índice da Bolsa, mas é concentrado em poucos setores e baseado na liquidez das ações, ou seja, ele é composto por papéis mais negociados – e não necessariamente por aqueles que têm a melhor performance.

Veja como tem reagido a sua composição de ações e os fundos que você possui. Por exemplo, diversos fundos de ações com gestão ativa têm conseguido desempenho melhor, com portfólios que apresentam quedas menores do que o Ibovespa em momentos de forte turbulência e crises no mercado e que também costumam se recuperar mais rápido.

B3 Mercados
Investir com foco no longo prazo, é estar menos preocupado com a oscilação diária do mercado, que é afetada por eventos de curto prazo, como notícias e declarações políticas (Imagem: B3/Youtube)

Visão de longo prazo

Quem investe com foco em uma análise fundamentalista deve ver nas empresas –  e não nas oscilações dos preços das ações, a sua principal fonte de retorno. Então, o que importa na análise é a capacidade das companhias de aumentarem suas receitas, margens e lucros, sendo que as estratégias empresariais levam um horizonte de tempo
mais amplo para se concretizarem.

Portanto, investir com foco no longo prazo, é estar menos preocupado com a oscilação diária do mercado, que é afetada por eventos de curto prazo como notícias, declarações políticas, índices econômicos sazonais, fatores macro, etc, para focar em itens que realmente podem afetar a atividade e lucratividade das empresas investidas.

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