Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e vê apenas 6% de potencial valorização nos próximos meses
O Citi rebaixou a recomendação de Auren (AURE3) de compra para neutra, em revisão das estimativas para as empresas de geração de energia elétrica.
O banco, por sua vez, elevou o preço-alvo para as ações para R$ 13 nos próximos 12 meses – o que representa um potencial de valorização de 6,5% sobre o preço de fechamento de ontem (10). O preço-alvo anterior era de R$ 12.
O Citi considera que o valuation da Auren segue “mais apertado”. Na visão dos analistas João Pimentel e Felipe Lenza, a companhia também tem maior exposição a curtailments – que são interrupções na produção de energia – e maior alavancagem.
As ações AURE3 reagiram ao rebaixamento nas primeiras horas do pregão e chegaram a cair 2,78% (R$ 11,87). Ao longo da sessão, os papéis inverteram sinal e encerraram as negociações com alta de 0,98%, a R$ 12,33.
No ano, AURE3 acumula valorização de mais de 41%.
Axia Energia e Engie
O Citi também revisou os preços-alvos para as demais companhias do setor elétrico.
Para Axia Energia (AXIA3), antiga Eletrobras, o banco elevou o preço-alvo de R$ 51 para R$ 66 – o que representa um potencial de valorização de 3,8% sobre o preço de fechamento de ontem. A recomendação de compra e preferência pela companhia no setor foram mantidas.
Já para Engie Brasil (EGIE3), o Citi projeta a ação a R$ 32 nos próximos 12 meses, o que implica em um potencial de valorização de 5,6% sobre o preço de fechamento da véspera. O preço-alvo anterior era de R$ 30,71. O banco também reiterou a recomendação neutra.
Em relatório divulgado nesta quinta-feira (11), os analistas João Pimentel e Felipe Lenza afirmaram que a atualização incorpora preços de energia mais altos para o período de 2026 e 2030, além do aumento da estimativa de preço de energia convencional de longo prazo de R$ 150 por Megawatt-hora (MWh) para R$ 180 por MWh.
“Os preços de energia no Brasil têm apresentado uma tendência de alta, em grande parte devido a efeitos estruturais da rápida expansão da geração distribuída (GD), da crescente intermitência do sistema e de uma abordagem mais conservadora de precificação de risco adotada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS)”, afirmaram os analistas.
Para eles, os preços agora incorporam não apenas o custo marginal esperado da energia, mas também um prêmio de risco estruturalmente mais alto, necessário para garantir a adequação do sistema sob maior volatilidade operacional.
A dupla também revisou os números de curtailment e passaram a projetar 20% de curtailments eólicos e 30% de curtailments solares até 2030, reduzindo-os para 15% e 25%, respectivamente, a partir de 2030.
Em linhas gerais, o curtailment refere-se a uma situação no setor elétrico em que um gerador (geralmente uma usina de energia renovável, como eólica ou solar) é instruído a reduzir ou parar a sua produção de eletricidade.