Citi eleva recomendação de RD Saúde (RADL3) para neutra, mas analistas veem pouco espaço para a valorização das ações

Para os analistas, os riscos estão melhor precificados; margens mais fracas, desaceleração da receita, incerteza regulatória são alguns deles (Imagem: Divulgação/RD Saúde)

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O Citi elevou a recomendação das ações da RD Saúde (RADL3) de venda para neutro, segundo um relatório do banco divulgado nesta terça-feira (8). 

O banco manteve manteve o preço-alvo de R$ 15, o que representa uma valorização de apenas 1,6% dos papéis sobre o preço de fechamento de ontem (7). 

Para os analistas, os riscos da companhia estão melhor precificados, com os papéis negociados a um múltiplo de 18 vezes a relação de preço sobre lucro (P/L) para 2026 — o que, na conta do Citi, está 2 vezes abaixo da média histórica de P/L. 

“Isso não significa que estamos fora de perigo em termos de lucratividade, concorrência e preocupações com regulamentação”, escreveram os analistas Leandro Bastos e Renan Prata no relatório. 

Os riscos ainda falam mais alto

A dupla de analistas destaca que o Citi está pessimista com RADL3 há cerca de um ano e meio diante de margens mais fracas, desaceleração da receita, incerteza regulatória e questões sobre a concorrência no comércio eletrônico. 

“Antes do segundo trimestre de 2025 (2T25), que acreditamos que pode ser ‘melhor do que o temido’, monitoraremos a consistência no crescimento do lucro bruto, o que pode eventualmente indicar um melhor equilíbrio entre investimentos em preço e lucratividade no curto prazo”, afirmaram os analistas em relatório. 

Para o período, o Citi prevê um resultado “melhor do que o esperado”, com crescimento de 5% das vendas nas mesmas lojas em relação ao trimestre anterior. 

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A alta deve acontecer mesmo com os preços mais baixos devido ao calendário mais ameno e um aumento no crescimento em todas as categorias, bem como pela forte demanda pelas canetas emagrecedoras (GPL-1), potencialmente refletindo alguma “aceleração” antes das regras de retenção de receitas a partir de 23 de junho.

Os analistas também estimam que as margens brutas continuarão estáveis e um crescimento do lucro bruto em relação ao trimestre anterior. 

A RD Saúde deve reportar um lucro líquido ajustado de R$ 303 milhões e um Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente de R$ 818 milhões, ainda impactados por maiores despesas financeiras.

Os analistas ainda avaliam que a possibilidade de venda de produtos farmacêuticos em supermercados continua “muito difícil de prever”, já que ainda são necessárias algumas aprovações para que a legislação permita a comercialização. 

“A execução do projeto de lei no formato atual também deve representar um desafio, principalmente ao considerar sua inclusão mais recente de espaço dedicado na loja e supervisão por um especialista farmacêutico”, afirmaram Leandro Bastos e Renan Prata no relatório. 

• MGLU3, BHIA3 e ASAI3 — Vendas no varejo desaceleram em maio: risco para as ações do setor? Confira a análise completa no Giro do Mercado desta terça-feira (8)

RADL3 em forte queda 

Apesar da revisão positiva do Citi, as ações da RD Saúde operaram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (8). RADL3 encerrou a sessão com baixa de 3,79%, a R$ 14,20. 

No ano, as ações acumulam recuo de mais de 34%, sendo o papel com pior desempenho no Ibovespa desde janeiro.