Commodities

Clima adverso deve encolher produção de café arábica no Brasil

23 fev 2021, 12:02 - atualizado em 23 fev 2021, 12:02
Café Agronegócio Grãos
A safra de café arábica do Brasil caiu para menos de 30 milhões de sacas na temporada 2007-08 (Imagem: Reuters/Jose Roberto Gomes)

Com as condições climáticas mais adversas desde a década de 1980, a produção brasileira de café arábica pode cair mais de 40% neste ano, segundo a consultoria Bison Luxley.

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A produção de grãos arábica deve totalizar entre 28,7 milhões e 30,5 milhões de sacas devido ao impacto da seca e do calor, que danificaram os cafeeiros durante a floração, disse Neil Rosser, analista da empresa com sede em Londres. No ano passado, a produção somou 52,5 milhões de sacas, disse.

A previsão – uma das mais baixas até agora – segue um tour de 13 mil quilômetros para visitas a cerca de 3.100 áreas no Brasil realizadas pelo veterano do setor Gilmar da Silva Lobo a pedido da Bison Luxley.

As tradings Volcafe e Ecom Agroindustrial projetam que a safra possa cair cerca de 30%. Esse contexto ajudou a elevar os contratos futuros de arábica para perto do maior nível desde dezembro de 2019 em Nova York.

“Esta é uma ocorrência realmente muito rara”, disse Rosser, que acompanha o mercado de café há três décadas e já trabalhou para Neumann Kaffee Gruppe e Olam International. “Em 84 houve algo parecido, e acho que as pessoas subestimam até hoje o que aconteceu no Brasil, a gravidade do clima seco.”

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A safra de café arábica do Brasil caiu para menos de 30 milhões de sacas na temporada 2007-08, disse Rosser. Os cafeeiros também estão “cansados” após a colheita recorde do ano passado, enquanto o forte ritmo de poda também limita a produção, segundo o analista.

Os futuros subiram cerca de 30% desde o início de novembro, e se valorizaram na segunda-feira com a preocupação de que chuvas excessivas prejudicarão ainda mais o potencial da safra no Brasil. Os preços ainda estão muito mais baixos do que em ciclos anteriores de safras menores no país, em parte porque as restrições globais contra a Covid esfriam a demanda por café fora de casa.

Também pode haver menos interesse especulativo do que no passado, limitando a capacidade de altas dos preços. Alguns grandes operadores, como o fundo de hedge Armajaro, não existem mais, e um colapso no financiamento do comércio de commodities restringiu o número de players e o tamanho das posições que podem assumir no mercado.

“Os tomadores de risco não estão, e o horizonte de tempo das pessoas se estreitou”, disse Rosser. “É difícil pensar no que vai acontecer nos próximos seis meses quando você está tentando sobreviver nos próximos seis dias.”

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Mas o Brasil deve registrar boa colheita de grãos robusta, usado no café instantâneo. A Bison Luxley espera que a safra totalize de 22,3 milhões a 23,7 milhões de sacas, disse Rosser.

“Estamos bastante otimistas no lado do conilon”, disse. “Não foi muito afetado pelo clima.”

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