Ações

CNDL/SPC Brasil: 11% dos brasileiros já foram vítimas de esquemas de investimentos fraudulentos

04 dez 2019, 16:58 - atualizado em 04 dez 2019, 16:58
De acordo com os dados, as principais ocorrências se deram em esquemas de pirâmide (55%), golpe de seguradora (19%) e golpe das ações ou fundos antigos de aposentadoria esquecidos (16%) (Imagem: Pixabay)

Um pesquisa conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revelou que 11% dos internautas brasileiros afirmam já terem perdido dinheiro em esquemas fraudulentos. O levantamento, intitulado “Fraudes em Investimentos no Brasil”, ouviu 917 pessoas residentes em todas as capitais do país.

De acordo com os dados, as principais ocorrências se deram em esquemas de pirâmide (55%), golpe de seguradora, onde supostamente o investidor receberia uma determinada quantia mediante pagamento de taxas e/ou despesas (19%) e golpe das ações ou fundos antigos de aposentadoria esquecidos, com exigência de pagamento antecipado de supostas taxas e/ou despesas (16%).

“Pirâmide financeira, falsos fundos e fraudes envolvendo investimentos sempre começam com a promessa de altos ganhos de dinheiro rápido e fácil. E esses ganhos costumam ser bem acima da média das aplicações e investimentos tradicionais. Em todos os casos, três fatores costumam andar juntos: o excesso de confiança, a ganância ou a ingenuidade do investidor, aliada à negligência para checar a veracidade das informações, o que acaba facilitando a ação dos fraudadores”, comenta o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.

A maioria tomou conhecimento dos investimentos pelos anúncios na internet (Marcello Casal/Agência Brasil/Agência Brasil)

Maioria tomou conhecimento de suposto investimento pela internet

A maioria dos entrevistados tomou conhecimento dos investimentos, principalmente, pelos anúncios na internet (36%).

Enquanto 34% afirmaram que foi por indicação de parentes e amigos, 16% disseram que foi por informes recebidos por e-mail e 16% por recomendação de um profissional/consultoria contratado.

“É fundamental verificar a procedência de corretoras, bancos e agências de investimento, se a instituição está registrada junto a CVM, além de consultar o Banco Central e a B3 (B3SA3)”, destaca Costa.

Seis em cada dez entrevistados afirmam não ter recuperado os valores perdidos na fraude (62%), sendo que 35% já desistiram de receber (imagem: shutterstock)

Motivação

A principal motivação que levou o investidor a aplicar o seu dinheiro foi a promessa de alta taxa de rendimento, com 44%. Já 36% dos entrevistados disseram que foram persuadidos pelo fato de não ser necessário entender de investimento e 32% destacaram o baixo risco apresentado pelo investimento oferecido.

A venda desses planos foi realizada, principalmente, por um consultor autônomo não registrado ou licenciado (43%), amigo ou parente (29%) ou por membro de um grupo ou organização a qual pertence (26%).

O estudo comprova ainda o alto risco de perda financeira ao aderir a um investimento fraudulento. Seis em cada dez entrevistados afirmam não ter recuperado os valores perdidos na fraude (62%), sendo que 35% já desistiram de receber e 27% ainda têm essa esperança.

Em contrapartida, 38% conseguiram reaver valores perdidos. Nesse caso, 18% resgataram com prejuízo, 8% foram ressarcidos pela empresa/ consultor através de acordo não-judicial e 6% foram ressarcidos pela empresa/consultor através de processo judicial.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin