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Cogna: BTG derruba em 26% o preço-alvo da ação, após balanço fraco

31 mar 2021, 16:39 - atualizado em 31 mar 2021, 16:55
Estreia da Vasta, controlada pela Cogna, na Nasdaq em 31 de julho de 2020
Suporte: corte do preço-alvo da Cogna só não foi maior, segundo o BTG, por causa do IPO da Vasta (Imagem: LinkedIn/ Cogna)

O BTG Pactual (BPAC11) não gostou nada dos números da Cogna (COGN3) no quarto trimestre, divulgados nesta quarta-feira (31). O banco manteve a recomendação neutra para as ações do grupo educacional, mas cortou em 26% seu preço-alvo, baixando-o de R$ 5,40 para R$ 4.

Na prática, isso significa que a Cogna não tem mais nenhum espaço para subir neste ano, já que o novo preço-alvo quase empata com a atual cotação dos papéis. Às 16h26, a ação subia 3,11% e era cotada a R$ 3,98.

No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador da B3 (B3SA3), recuava 0,24% e marcava 116.569 pontos.

Obrigações

O corte só não foi maior, porque o IPO da Vasta, realizado em julho do ano passado, serve como piso para a precificação da Cogna, sua controladora, segundo Samuel Alves e Yan Cesquim, que assinam o relatório do BTG.

“Seguindo o recente processo de reestruturação anunciado pela companhia, os resultados do quarto trimestre mostram que mais ajustes podem ser necessários”, afirma a dupla.

Outro ponto que deve ser monitorado, segundo o BTG, é o nível de endividamento. Os analistas calculam que, mesmo quando se excluem os eventos não recorrentes, a relação dívida líquida sobre ebitda ajustado está em 3 vezes, considerando-se o acumulado dos últimos 12 meses.

O problema, como explicam os analistas, é que se esse nível de endividamento se mantiver por mais um trimestre – o que, para o BTG Pactual, é provável -, a Cogna infringirá os covenants (conjunto de indicadores financeiros) combinados com seus credores e será forçada a renegociar suas dívidas ou os próprios covenants.

Resultados

A Cogna reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 589,2 milhões no quarto trimestre. O resultado contrasta com o lucro de R$ 51,6 milhões do mesmo período de 2019. No acumulado de 2020, as perdas somaram R$ 907,5 milhões, ante o lucro de R$ 772 milhões do ano retrasado.

A receita líquida caiu 15% no quarto trimestre, na comparação com igual período de 2019, e somou R$ 1,6 bilhão. No release de resultados divulgado nesta quarta-feira (31), a Cogna atribui a queda à pressão no segmento de ensino superior e às menores vendas ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

O ebitda recorrente ficou negativo em R$ 100,5 milhões, ante o saldo positivo de R$ 504 milhões da comparação. Com isso, a margem ebitda recorrente perdeu 32,2 pontos percentuais e terminou dezembro em -6,1%.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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