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Cogna: cenário permanece desafiador, mas negócio com Eleva pode acelerar crescimento

07 jan 2021, 19:10 - atualizado em 07 jan 2021, 19:10
Cogna
Apesar do cenário do segmento de graduação permanecer desafiador e o negócio ainda estar incerto, a operação entre as empresas de educação poderia acelerar a desalavancagem da Cogna (Imagem: Instagram/ Kroton Educação)

A Cogna (COGN3), confirmou na manhã desta quinta-feira (7) que está negociando com a Eleva uma troca de ativos.

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A transação poderia envolver a venda de sua rede K12, que possui mais de 50 escolas de ensino básico, para Eleva. Em troca, a Eleva venderia seu sistema de ensino para Cogna.

As ações da companhia chegaram a disparar 6% com a notícia, mas no final da sessão caíram para 2,21%.

Para o BTG Pactual, apesar do cenário do segmento de graduação permanecer desafiador e o negócio ainda estar incerto, a operação entre as empresas de educação poderia acelerar a desalavancagem da Cogna.

Os analistas Samuel Alves e Yan Cesquim, que assinam o relatório, explicam que com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2021 do Saber, controlada pela Cogna, de R$ 180 milhões, a empresa poderia ser vendida a 11 vezes o Ebitda (semelhante ao múltiplo geral da Cogna, uma abordagem conservadora), e a avaliação poderia chegar a cerca de R$ 2 bilhões.

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Além disso, lembram os analistas, como a Eleva tem cerca de 185 mil alunos em seu negócio de sistema de aprendizagem, usando um modelo de R$ 2 mil por aluno (semelhante ao que a Arco pagou pela Positivo em 2019), mostra que essa avaliação pode ser da ordem de R$ 400 milhões.

“Portanto, o efeito líquido seria positivo para Cogna – neste exemplo simplificado, cerca de R$ 1,6 bilhão, o que deve ser suficiente para desalavancar a Cogna em mais de 1 vezes o seu Ebitda pró-forma”, argumentam.

Um dos maiores problemas apontado por analistas é a alta alavancagem da empresa, que possui uma dívida líquida de três vezes o Ebitda.

Na oferta, a companhia deseja apresentar uma empresa de maior porte aos investidor (Imagem: Divulgação/Eleva Educação)

Melhor dos dois mundos

De acordo com o analista Luis Sales, da Guide Investimentos, a compra se encaixa na estratégia da Cogna, que pretende fortalecer seu negócio de material didático que já é formado por marcas como Anglo, pH, entre outras.

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“Ainda, atenderia a demanda dos investidores do mercado que aguardam por aquisições relevantes por parte da Vasta, braço de educação básica da Cogna que fez um IPO no ano passado”, afirma.

Além disso, a Eleva pretende realizar uma abertura de capital em meados desse ano. Na oferta, a empresa deseja apresentar uma companhia de maior porte aos investidores. Segundo fontes, a Eleva espera captar entre US$ 300 milhões e US$ 350 milhões.

“A venda de ativos por parte de ambas as companhias traria melhorias a seus portfólios. Isto porque a Cogna fortaleceria seu negócio de material didático, seguindo sua estratégia, e a Eleva aumentaria sua estrutura, caminhando para seu processo de IPO. No entanto, ainda existe uma série de dificuldades a serem resolvidas na negociação”, afirma.

Ele lembra que trata-se de uma transação complexa porque ambas as empresas querem manter seus contratos comerciais e não há ainda consenso sobre esses valores.

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“Desse modo, ambas desejam vender os ativos mas manter os sistemas de ensino de cada um”, completa.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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