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Cogna: chegou a hora de comprar? Prefira Yduqs, diz BB 

29 set 2021, 13:25 - atualizado em 29 set 2021, 13:25
Educação
Com o processo de vacinação, o cenário dos próximos trimestres, para ambas as companhias, parece mais positivo do que foi a maior parte de 2020

O setor de educação, um dos que mais sofreram durante a pandemia, ainda não se recuperou completamente do tombo.

De acordo com o BB Investimentos, o que pesa agora para o investidor é a desconfiança com o cenário econômico. No ano, os papéis da Yduqs (YDUQ3) acumulam queda de 30% enquanto a Cogna (COGN3) tomba 40%.

“A recente piora de indicadores macroeconômicos – como a pressão inflacionária, as sucessivas altas da taxa Selic, a recuperação mais lenta do que o previsto do crescimento econômico, levando à piora do risco Brasil – elevaram o custo ponderado de capital (WACC) das empresas, um dos fatores que contribuíram negativamente para a redução de preço-alvo das ações de Cogna e Yduqs para o final de 2022”, argumenta a analista Melina Constantino.

Apesar disso, com o processo de vacinação, o cenário dos próximos trimestres, para ambas as companhias, parece mais positivo do que foi a maior parte de 2020 e do primeiro trimestre, período bastante desafiador para o setor educacional.

Para o final de 2022, o BB estabeleceu novos preços-alvos:

Preço-alvo Potencial Recomendação
Yduqs R$ 35 48% Compra
Cogna R$ 4,5 60% Neutra

 

Na visão de Melina, a forte queda das ações está mais relacionada ao cenário econômico difícil do que às empresas em si.

“Acreditamos que a intensa volatilidade nos preços de Cogna e Yduqs deve permanecer no curto prazo, enquanto as empresas não divulgarem resultados mais robustos e que evidenciem, de forma transparente, que o pior ficou para trás”, completa.

Cogna mostra sinais positivos, mas dívida atrapalha

Para a analista, a melhora no segundo trimestre foi possível graças à evolução do processo de reestruturação da Kroton – unidade de negócios de ensino superior, responsável por quase 70% da receita líquida total da Cogna em 2019 e que sofreu bastante com os impactos da pandemia em 2020.

“A mudança do mix de alunos do ensino superior – com maior participação do ensino digital, foco em cursos mais premium no 100% presencial e adoção do método híbrido (com até 40% da carga horária do curso no ensino à distância) – é o fator-chave para estimarmos os resultados da Kroton para os próximos anos”, diz. 

Apesar disso, ela lembra que o ticket médio dos cursos do ensino digital é mais baixo, cerca de R$ 240, em comparação à mensalidade de, aproximadamente, R$ 1 mil no curso presencial. Dessa forma, é esperada uma queda de receita em 2021 e ainda em 2022 na Kroton.

No caso da unidade da Vasta (VSTA), o BB espera que as margens continuem pressionadas pela menor diluição de custos fixos e despesas administrativas e maiores despesas de vendas e marketing no curto prazo.

Mesmo com as melhoras, o BB mantém o seu ceticismo com a ação devido ao alto endividamento, medido pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, de 2,13x.

“O alto endividamento da empresa, que não obtém benefício fiscal de dívida, pois já possui os incentivos fiscais relacionados ao Prouni, deve continuar exercendo pressão sobre o seu resultado líquido nos próximos anos, em linha com a elevação da taxa Selic”, completa. 

yduqs
Ainda segundo a especialista, o ensino presencial ainda deve enfrentar dificuldade no curto prazo, mesmo com a possibilidade da retomada plena das atividades  (Imagem: Reprodução/Facebook Estácio)

Yduqs retoma aos níveis pré-pandemia

Ainda no segundo trimestre de 2021, a Yduqs retornou a alguns indicadores pré-pandemia, sinalizando a volta da normalidade, ou melhor, à nova realidade do ensino superior privado.

“O avanço da transformação digital foi um legado importante neste período de crise e, pelo menos no curto prazo, o ensino à distância deve continuar como protagonista do setor”, pontua.

Ainda segundo a especialista, o ensino presencial enfrentará dificuldade no curto prazo, mesmo com a possibilidade da retomada plena das atividades com o avanço da vacinação e a desaceleração da pandemia, devido à piora dos indicadores econômicos. 

“Dessa forma, o contínuo crescimento do ensino digital e da modalidade premium da Yduqs, mesmo em um ambiente econômico difícil, são os pilares fundamentais de nossa tese de investimento na companhia”, afirma.

Além disso, segundo o BB, o baixo nível de endividamento e a posição confortável de caixa permitem que novas aquisições façam parte da estratégia de crescimento da Yduqs.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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