Cogna (COGN3) recua mesmo após nova portaria do MEC considerada ‘positiva’ pelos analistas
As ações da Cogna (COGN3) recuam mais de 2% e figuram entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV) nesta segunda-feira (29).
Por volta de 15h (horário de Brasília), COGN3 tinha baixa de 2,18%, a R$ 3,14. Na mínima intradia, a companhia chegou a registrar perda de 2,49% (R$ 3,13).
Na última sexta-feira (26), o Ministério da Educação (MEC) publicou a Portaria 921/2025, que estabelece novas regras para a continuação dos programas de enfermagem anteriormente oferecidos via ensino a distância (EAD).
Agora, o MEC permite que os grupos educacionais que ainda ofertam cursos de enfermagem a distância solicitem o credenciamento de novas unidades presenciais durante o período de transição de dois anos, iniciado em maio.
Isso, porém, é limitado a um pedido por município onde já existam ao menos 40 alunos matriculados.
O processo exige “alto padrão de qualidade” (notas 4 ou 5 em avaliações do MEC) e obriga a abertura conjunta de um a quatro outros cursos da área da saúde, com até 100 vagas anuais cada, devendo a instituição indicar quais pedidos (até 30% do total) terão prioridade na análise.
Essas novas medidas são complementares às novas regras para o ensino à distância anunciadas pelo MEC em maio – em que os cursos de direito, medicina, odontologia, enfermagem e psicologia só poderão ser ofertados exclusivamente na modalidade presencial.
O que isso significa para Cogna?
Em maio, quando o novo arcabouço foi anunciado pelo MEC, os analistas avaliaram que a Cogna seria uma das mais prejudicadas com a obrigatoriedade de aulas presenciais no curso de Enfermagem.
Isso porque, com base nos dados regulatórios de 2023, a educacional é a companhia mais exposta à mudança no curso, com 8% dos alunos a distância.
A nova portaria, por sua vez, é uma notícia positiva, na avaliação da Ágora Investimentos/Bradesco BBI.
Para os analistas Marcio Osako e Henrique Colla, a medida deve “suavizar os impactos de curto prazo” da proibição dos cursos de enfermagem EAD, além de “possivelmente expandir as receitas no meio do prazo, dado o aumento da taxa de ingresso no campus e a adição de novos cursos relacionados à saúde”.
A corretora mantém a preferência por Cogna no setor (top pick), com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 4,80 – o que representa um potencial de valorização de 49,5% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira. No dia, COGN3 encerrou cotada a R$ 3,21.
COGN3 também a ação com melhor desempenho no Ibovespa no ano, com valorização de quase 240% desde janeiro.