Cogna (COGN3): Lucro ajustado dispara 205% e bate expectativas

A Cogna (COGN3) apurou lucro líquido de R$ 95,1 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 8,5 milhões um ano antes, de acordo com dados divulgados pelo grupo de educação nesta quinta-feira, que também mostraram melhora nas margens e aumento expressivo na geração de caixa livre.
Em termos ajustados, o lucro somou R$ 154,4 milhões, um salto de 205,7% na comparação ano a ano, acima da média das estimativas compiladas pela LSEG, de lucro de R$ 108 milhões.
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O resultado operacional medido pelo Ebitda recorrente cresceu 12,2%, para R$ 556 milhões, com a margem nessa métrica passando de 32,2 para 34,2% ano a ano.
A receita líquida somou R$ 1,6 bilhão, alta de 5,8% ano a ano, puxada pela divisão de educação superior Kroton, (+18,8%), em meio a dados benignos sobre o nível de desemprego e a renda das famílias. “O cenário macro está ajudando”, afirmou o presidente-executivo da Cogna, Roberto Valério Neto, à Reuters.
Na contramão, a Saber, de materiais didáticos, idiomas e produtos de reforço de aprendizagem para prefeituras e governos, registrou um declínio de 31% e a Vasta, de educação básica, apurou queda de 6,6%.
A queda na receita da Saber, disse Valério Neto, já era esperada, e foi afetada pelo declínio no faturamento com o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), dado que o calendário comercial de 2024 não contemplou novas compras, o que impactou o volume de vendas no primeiro trimestre.
Outro impacto foi a venda das operações de livros de ensino superior e técnicos, anunciada no final de janeiro de 2024.
No caso da Vasta, o desempenho foi afetado pelo recuo na receita de não-subscrição, mas também pela contração na receita das vendas para governos (B2G), que Valério Neto atrelou a um descasamento de faturamento. “É um ‘business’ novo que estamos aprendendo a sazonalidade”, afirmou.
De acordo com o executivo, porém, nenhum desses eventos preocupa.
“M&A Tpaticos”
No primeiro trimestre, a geração de caixa livre alcançou R$ 149,6 milhões, bem acima dos R$ 9,4 milhões registrados no mesmo período do ano passado, com a dívida líquida recuando em R$ 462,5 milhões ano a ano, para R$ 2,814 bilhões e a alavancagem passando de 1,79 vez para 1,28 vez.
Diante da melhora na geração de caixa, a Cogna tem olhado para aquisições, segundo o presidente-executivo, que ressaltou, contudo, que seriam “M&As táticos”, envolvendo inteligência artificial, faculdades de medicina, negócios com infoprodutores — operações na casa de “dezenas de milhões de reais”.
“Agora temos capital pra olhar essas coisas que complementam o nosso portfólio”, afirmou.
Questionado sobre novos ruídos envolvendo uma eventual fusão da companhia com a rival Yduqs, Valério Neto negou qualquer negociação nesse sentido, lembrando que a cada seis meses o tema volta para a mídia.
“A gente se conhece, se encontra, conversa e faz almoço toda hora entre todos nós (do setor), seja porque a gente está em alguma discussão de alguma associação ou porque nós marcamos um café, um almoço… aí alguém interpreta que estamos falando sobre uma fusão… mas não tem (nenhuma negociação)”, explicou.
Ele admitiu, contudo, que uma combinação de negócios entre as empresas, assim como qualquer uma de capital aberto, faz sentido, porque há muitas sinergias, como as clássicas na linha de despesas gerais e administrativas, mas também em outros pontos, como distribuição e precificação.