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Cogna pode subir 25%, se usar seus R$ 5 bi para comprar universidades; veja os alvos

14 fev 2020, 13:40 - atualizado em 14 fev 2020, 13:40
Campus da Anhanguera em Campinas, controlada pela Cogna
Força de mercado: Anhanguera é uma das marcas da Cogna (Imagem: Divulgação/Anhanguera)

A Cogna (COGN3) tem tudo para liderar uma nova rodada de consolidação no mercado de ensino superior. Entre a oferta subsequente de ações (follow-on), realizada nesta semana, e os planos de abrir o capital de uma de suas controladas, a Vasta, nos EUA, a companhia deve fortalecer seu caixa com R$ 5 bilhões.

É dinheiro suficiente para mirar em rivais importantes, segundo o BTG Pactual. Em relatório assinado pelo analista Samuel Alves, o banco afirma que a Cogna faria um bom negócio, ao aplicar essa bolada na compra de outras empresas.

“Dados seu histórico de fusões e aquisições bem-sucedidas, a execução sem reparos e as sinergias esperadas, os alvos de compra poderiam mais do que dobrar [de resultados] nas mãos da Cogna (suas margens estão aproximadamente 2 vezes acima da média da indústria”, observa o BTG Pactual.

Multiplicando valor

Segundo o banco, os novos recursos permitiriam à Cogna adquirir grupos de ensino com ebitda anual entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões, o que implicaria um preço estimado de cerca de 10 vezes a relação EV/Ebtida.

O BTG calcula que, tudo somado, as aquisições representariam um valor presente líquido (NPV) de outros R$ 5 bilhões, o que corresponde a um potencial de alta de 25% sobre o atual valor das ações.

Atualmente, o preço-alvo da Cogna é de R$ 15, o que corresponde a uma alta potencial de 27% sobre a última cotação. O banco ressalta que essa projeção ainda não incorpora os possíveis ganhos gerados por eventuais aquisições.

Para o analista, não faltam opções de bons negócios no mercado. O principal motivo é o mau momento vivido por muitos grupos universitários, já que o FIES, importante fonte de receitas nos últimos anos, dá sinais de esgotamento.

Isso levará, segundo o BTG, os potenciais vendedores a discutirem acordos em bases mais realistas – e vantajosas para a Cogna.

Alvos

Para a instituição, a concentração de mercado não deve ser um empecilho para o avanço da Cogna, já que as sobreposições mais importantes estão no mercado de São Paulo. As duas apostas preferidas do BTG são o Grupo Laureate e a Ser Educacional (SEER3).

Anhembi Morumbi, controlada pelo grupo Laureate
Anhembi Morumbi: compra marcou chegada da Laureate ao Brasil (Imagem: Divulgação/Laureate)

“Um olhar para os grandes ativos mostra que a Laureate (cerca de 250 mil estudantes) e a Ser (aproximadamente 150 mil estudantes, incluindo Uninorte) seriam altamente complementares para a Cogna (dada a relativa exposição ao Nordeste)”, afirma o texto.

Fundado nos EUA, o Grupo Laureate chegou ao Brasil em 2005, com a compra de 51% da paulista Anhembi Morumbi por US$ 69 milhões – o equivalente, à época, a R$ 158 milhões.

Em 2013, os americanos adquiriram o restante da brasileira. Outro passo importante da Laureate no país foi a compra, também em 2013, da FMU por R$ 1 bilhão.

Já a Ser Educacional é dona, entre outras, da UNG, em Guarulhos (região metropolitana de São Paulo) e da Uninassau, com unidades em Brasília, Belém e Manaus. A Ser foi fundada pelo paraibano Janguiê Diniz, em 1994, como um curso preparatório para candidatos a concursos públicos.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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