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Cogna, Ser Educacional e Yduqs divulgam resultados nesta semana; saiba o que esperar 

07 nov 2021, 14:00 - atualizado em 07 nov 2021, 1:13
Educação Coronavírus
A XP Investimentos espera resultados neutros, já que a redução nos casos da Covid-19 tem alguns efeitos negativos de curto prazo (Imagem: Rogério Santana/Governo do Rio de Janeiro)

A semana será recheada de resultados e entre os destaques estão as empresas de educação: Yduqs (YDUQ3) na segunda (8), Cogna (COGN3) e Ser Educacional (SEER3) na sexta (12). 

Como o setor, que foi duramente impactado pela Covid, irá se comportar diante da reabertura, ainda que incipiente, da economia?

A XP Investimentos, por exemplo, espera resultados neutros, já que a redução nos casos da Covid-19 tem alguns efeitos negativos de curto prazo – apesar de ter efeitos positivos claros no longo prazo.

“Esperamos que as margens sejam pressionadas pela retomada do presencial, que consequentemente aumenta os custos docentes e de ocupação, e pelas despesas com marketing, considerando que as últimas safras de captação foram conduzidas em condições atípicas”, apontam os analistas Rafael Barros, Larisa Pérez e Vitor Pini. 

Além disso, o trio lembra que a alta da Selic pode afetar fortemente os lucros de algumas empresas de educação, dado o alto nível de endividamento que apresentavam no segundo trimestre. 

Já o Itaú BBA ressalta que embora o ciclo de entrada do terceiro trimestre não deva compensar totalmente o declínio na base de alunos no campus causada pela pandemia, há sinais iniciais de recuperação de números positivos de ingestão no campus.

Cogna: mais um trimestre difícil

Para a XP, a Cogna terá mais uma vez um trimestre difícil em relação aos resultados.

“A empresa passa por um processo de reestruturação desde meados de 2020 e, embora acreditemos que a maior parte do impacto tenha ocorrido em trimestres anteriores, a retomada das aulas presenciais pressiona ainda mais os resultados”, aponta.

A corretora prevê uma queda de 5% das receitas, com o maior obstáculo vindo da Kroton – a divisão de ensino superior, objeto de redimensionamento das operações no processo de recuperação. 

A margem Ebitda terá redução de 8,2 pontos percentuais no trimestre, “já que a Kroton teve margens excepcionalmente altas no segundo trimestre devido aos baixos custos com docentes enquanto as aulas eram ministradas principalmente no formato síncrono”.

Por fim, a XP espera prejuízo de R$ 166 milhões, maior que os R$ 163 milhões do ano passado, dado o elevado nível de endividamento bruto (R$ 6,5 bilhões sem leasing no 2T21) e o aumento da taxa Selic.

O Itaú BBA afirma que o trimestre deve ser desafiador para Vasta, mas com um cenário de melhoria para a Kroton. 

“Ambos os segmentos de ensino presencial e a distância são susceptíveis de ver um crescimento de entrada de dois dígitos no ano, com o último continuando a ganhar participação no mix”, diz. 

Apesar disso, o tíquete médio provavelmente cairá em relação ao ano anterior, mas as margens aumentarão, pois o ensino à distância desempenha um papel mais importante no mix de receita, argumenta.

“Projetamos margem de 19% para a Kroton. Estima-se que a receita líquida consolidada diminua 5% com uma queda do ebitda de 3%”, prevê.

A XP e o BBA têm recomendação neutra para o papel da Cogna.

Ser Educacional
Ainda segundo os cálculos da XP, a Ser lucrará R$ 7 milhões ante prejuízo de R$ 1 milhão no mesmo período do ano passado (Imagem: Ser Educacional/Divulgação)

Ser Educacional: revertendo prejuízo

Para a Ser, a XP espera que os resultados espelhem a forte captação do segundo semestre reportada pela empresa, além das aquisições incorporadas nos últimos trimestres, mas ainda com altos níveis de evasão e pressão de preços devido à concorrência.

A receita deverá crescer 17%, com uma maior proporção de alunos de ensino digital na base total de alunos. Já a margem Ebitda cairá 4,5 pontos percentuais no trimestre devido a um maior nível de despesas de marketing no trimestre para fomentar a captação.

Ainda segundo os cálculos da XP, a Ser lucrará R$ 7 milhões ante prejuízo de R$ 1 milhão no mesmo período do ano passado.

Já o BBA espera que o faturamento aumente 18%, impulsionado pelo adiamento da entrada de alunos no primeiro semestre de 2021 e a boa dinâmica do setor em ambos os segmentos presenciais.

“Os descontos devem permanecer estáveis, mas a empresa incorreu em maiores despesas de marketing durante o trimestre, o que deve ter um impacto moderado na margem Ebitda”, completa.

XP e BBA têm recomendação neutra para as ações da Ser.

Yduqs: sinais iniciais de recuperação no campus

A XP prevê que os números da Yduqs tenha um maior reflexo da reabertura econômica, possibilitando uma melhora na captação de segundo semestre em relação ao ano anterior, e a retomada das aulas presenciais.

A receita deverá crescer 14% no ano, uma vez que a empresa conseguiu ajustar os tíquetes pela inflação no início do ano, e os descontos obrigatórios praticados nos últimos trimestres não estão mais afetando a receita de forma relevante.

Por outro lado, a XP prevê queda de 36% no lucro em função da alta da taxa Selic.

Para o BBA, os descontos nas mensalidades devem permanecer estáveis, o que não indica um ambiente competitivo mais acirrado por enquanto.

“Despesas não recorrentes são mais uma vez prováveis ​​de serem menores devido à leis e decisões judiciais, bem como a questões de reestruturação”, completa.

A XP tem recomendação de compra para Yduqs enquanto o BBA mantém a recomendação neutra.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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