Internacional

Colômbia mira crédito de US$ 5 bilhões para investimento dos EUA

23 out 2020, 17:08 - atualizado em 23 out 2020, 17:08
Colômbia Bandeira
A Colômbia tem oferecido incentivos fiscais e facilitado investimentos de empresas estrangeiras como parte de um plano governamental (Imagem: Pixabay)

A Colômbia planeja apresentar pelo menos sete projetos neste ano que podem ser financiados usando parte de uma linha de crédito de US$ 5 bilhões com um banco de desenvolvimento dos Estados Unidos, de acordo com seu principal diplomata em Washington.

Diante da pandemia que abalou as cadeias de abastecimento globais e destacou os riscos de dependência da China, a Colômbia aproveita sua proximidade geográfica com os EUA para atrair mais investimento estrangeiro direto, disse em entrevista o embaixador da Colômbia nos EUA, Francisco Santos.

“Precisamos de cadeias de suprimentos resilientes, e isso funciona a nosso favor”, disse Santos. “Estamos posicionando a Colômbia para que seja vista como um hub. O momento geopolítico e econômico é favorável.”

A Colômbia tem oferecido incentivos fiscais e facilitado investimentos de empresas estrangeiras como parte de um plano governamental mais amplo para atrair US$ 11,5 bilhões por ano em investimento estrangeiro direto não relacionado a hidrocarbonetos até 2022, comparado a uma média de cerca de US$ 9 bilhões.

Quatro projetos já foram apresentados à Corporação Financeira dos EUA para o Desenvolvimento Internacional para revisão ou estão em fase final de preparação, disse Santos. E, embora não tenha identificado os projetos, o embaixador disse que pertencem aos setores de energia, florestal, agroquímica e laticínios.

O DFC, como é conhecido o banco de desenvolvimento, é uma nova agência federal com cerca de US$ 60 bilhões para ajudar empresas a se expandirem em mercados emergentes e reforçarem a política externa dos EUA.

Por enquanto, Santos diz que os esforços estão concentrados em projetos próximos à costa do Caribe ou do Pacífico da Colômbia, especificamente nos arredores das cidades de Barranquilla, Cartagena e Cali, e que têm a vantagem de estarem a poucos dias de navio de qualquer grande porto dos EUA, em comparação com mais de 25 dias da Ásia.

A Colômbia também disputa a atenção da China. O país asiático investiu pesadamente na Venezuela e no Equador, mas, até recentemente, seus laços com a Colômbia – o aliado mais próximo dos EUA na região – não eram tão fortes. Isso começou a mudar nos últimos dois anos, com empresas chinesas que destinaram bilhões em investimentos no país, ganhando licitações para construir a primeira linha de metrô de Bogotá e uma linha ferroviária regional, entre outros projetos.

A linha de crédito pode ser uma oportunidade para empresas americanas investirem em áreas que haviam abandonado na região, como infraestrutura, segundo Santos.

“Estamos na etapa mais importante de reconstrução da relação dos Estados Unidos com a América Latina”, disse Santos. “Uma relação não baseada na assistência, mas no comércio e no investimento.”

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