Aposentadoria

Com juro real abaixo de 4% ao ano, BrasilPrev lança fundos

20 set 2017, 18:27 - atualizado em 05 nov 2017, 13:55

Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini

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Aproveitando a queda nos juros nominais e reais  e mudança na regulamentação dos fundos de previdência privada autorizados pelo Conselho Monetário Nacional em novembro de 2015, a BrasilPrev, do Banco do Brasil, criou carteiras de previdência que permitem maior diversificação das aplicações para aposentadoria. Segundo o presidente da BrasilPrev, Paulo Valle, a ideia é aproveitar o momento histórico por que passa o sistema de previdência privada do país, com a queda dos juros de 14,25% ao ano para 7%, e de aperfeiçoamento do setor e incentivar a diversificação. Hoje, mais de 90% dos planos da BrasilPrev investem em renda fixa de curto prazo. “A previdência privada sempre teve muita restrição nas aplicações e a Resolução 4.444 do CMN muda isso e vai nos permitir atuar no mesmo patamar internacional”, diz.

Uma das mudanças de 4.444 é permitir que fundos de previdência apliquem até 100% em ações no caso de carteiras para investidores qualificados. Hoje, esse limite é de 49% da carteira. “Esperamos a regulamentação do que é investidor qualificado para a previdência privada para lançar fundos com mais ações”, afirma Valle.

Além disso, há a reforma da Previdência Social, que coloca o assunto no centro das atenções dos brasileiros e incentiva novas aplicações nos planos privados. “Estamos também trabalhando junto à Superintendência de Seguros Privados para massificar a previdência privada no Brasil buscamos ajudar nisso com novas opções de fundos”, explica.

Juntar dinheiro

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O brasileiro ainda vê a aposentadoria como um processo de juntar dinheiro durante a vida. Os investimentos são em geral formas apenas de proteger o valor desses recursos, explica Marcelo Wagner, superintendente de Investimentos da BrasilPrev. Por isso, não há grande preocupação com diversificação ou em buscar formas de aumentar os ganhos. “O brasileiro é extremamente conservador”, diz.

Além disso, os juros nominais extremamente altos já fazem o trabalho de multiplicar o dinheiro, mesmo nas aplicações de curto prazo. Mas esse cenário vem mudando, alerta Wagner. “Desde o Plano Real, os juros nominais vêm caindo, de 37,4% ao ano para 9,1% neste ano, e devem permanecer baixos por mais tempo”, afirma, lembrando do exemplo de outros países emergentes que também estabilizaram suas economias. “Isso deve levar a uma mudança no portfolio dos investidores e a uma maior diversificação”.

Juros reais caindo de 11% para 4%

Segundo Wagner, quem aplicava em renda fixa de curto prazo, o chamado DI ou Selic, obteve na década passada um ganho acima da inflação de 11% brutos, sem descontar o imposto de renda. Já nesta década, esse ganho está em 4% brutos, e a expectativa é que caia mais. “Então essa cabeça de investir tudo em CDI vai mudar”, acredita. “A palavra chave será diversificação.”

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Diversificação na renda fixa

E a diversificação deve começar pela renda fixa mesmo, que tem vários outros instrumentos além do CDI. “Quando sai dessa postura conservadora e vira investidor, o brasileiro ainda tem preferência por renda fixa, e assessorado pelo gerente do banco ou familiares e busca instrumentos mais tradicionais, produtos bancários, CDB, DI, e Tesouro Direto/títulos públicos”, lembra Wagner. E surgem alternativas de prazo mais longo ou títulos indexados ou de empresas privadas, securitização e papéis imobiliários. E o setor de previdência vai incorporando esses ativos.

Diversificação na renda variável

Na renda variável, a diversificação começa com ativos indexados a índices, como o Ibovespa, o IBrX, depois variações deles, como os índices de dividendos e small caps, e depois ativos imobiliários ou estruturados. “E, com o tempo, a alocação deixa de ser apenas local e o investidor passa a acessar outros mercados”, diz Wagner. Nesse ponto, a Resolução 4.444, que ainda tem de ser regulamentada em alguns assuntos, pavimenta o caminho para a internacionalização que deve ocorrer nos próximos anos. A ideia da BrasilPrev é ter até 9% da carteira dos fundos no exterior, abaixo dos 10% permitidos pela lei, como uma margem de segurança para flutuações do câmbio e dos ativos.

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Fundos com ajuste automático de risco

Além da diversificação de investimentos, Wagner acredita que deve aumentar a demanda pelos fundos com data alvo, ou ciclo de vida. Neles, o gestor vai reduzindo as aplicações de risco à medida que a data de uso dos recursos se aproxima. “Mais de 50% da captação dos fundos de previdência privada nos EUA é em data-alvo, nos quais o cliente define a data de uso dos recursos e o gestor faz alocação de acordo”, diz. Por isso, a BrasilPrev também vai criar opções desse tipo para multimercados.

Ainda longe do varejo

Os fundos diversificados serão oferecidos por enquanto para os clientes do private bank do BB e para o varejo de alta renda, o segmento Estilo. O varejo deve ter acesso a eles no ano que vem, acredita Valle. O custo dos fundos deve seguir o padrão atual, de taxas de administração de 0,7% a 1,8% ao ano na renda fixa e de 1,5% a 2% ao ano nos multimercados. A taxa de carregamento, segundo Valle, é zero para quem ficar mais de seis anos sem sacar. “É uma forma de incentivar o investidor a alongar o prazo e não sacar muito cedo os recursos”, diz.

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Novos fundos

Estão sendo criados dois fundos de renda fixa, o FIX Estratégia 2025 e 2035, fundos conhecidos como data-alvo, e que vão reduzindo a parcela de aplicações de risco, ou seja, de prazo mais longo, à medida que se aproximam do período de resgate. Assim, o investidor não precisa se preocupar em ele mesmo ajustar as aplicações. Além disso, essas carteiras poderão aplicar até 10% no exterior.

Estão sendo criados ainda na categoria Multimercados os fundos Dinâmico e Multiestratégia. No Dinâmico, o foco será ter até 20% em renda variável no Brasil e no exterior (limitada a 10% e usando as estratégias da parceira Principal Global Investor, PGI) e moedas. O Multiestratégia poderá destinar até 49% para renda variável local ou estrangeiras e multimercados geridos pela BB DTVM.

Será possível também usar a estratégia multifundos, que permite combinar em um único plano diferentes fundos, de acordo com o perfil do investidor, e que permitem mudar os percentuais sem custo e a qualquer tempo.

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pavini@moneytimes.com.br
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