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Com ou sem choque da Selic, poucos escapam do crédito rural a juros de mercado

26 out 2021, 12:01 - atualizado em 26 out 2021, 13:42
Quem não se capitalizou, não tem como escapar de pagar mais caro por crédito rural privado, diz Antônio da Luz, da Farsul Imagem: Pixabay/ nattanan23

Com choque (de 1,5 a 2 pontos percentuais) ou sem choque (1 pp) no aumento da taxa de juros, que será conhecida amanhã ao término da reunião do Copom, não haverá prejuízo para a busca de crédito a juros livres na seara do agronegócio.

Especialmente para a rubrica “investimento”, o dinheiro a juros controlados, do Plano Safra, não dá para todos, de modo que não será descontinuada a busca por recursos a juros mais caros, balizados pela Selic (agora em 6,25%).

Nesse cenário, se identifica uma quantidade muito grande de produtores que “apostaram em crescimento sem fortalecimento do caixa, não se capitalizaram durante o ciclo virtuoso, e vão ter que demandar crédito a juros mais altos”.

Em linha com o dito acima por Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o supervisor de Agronegócio do Banco Sicoob (cooperativo), Gustavo Soares, já enxerga escassez de recursos controlados, de modo que o espaço para o sistema financeiro privado ofertar mais dinheiro está garantido.

Uma característica mais notada por da Luz é que os tomadores procuram fazer um mix entre o que o mercado financeiro oferece de recursos próprios e o que repassa do crédito oficial.

O que também é notado no Bancoob (sistema Sicoob), tanto porque a demanda por crédito supera o disponível controlado, como também por certos limites por tomador durante o ano-safra.

Na instituição e em suas similares no Brasil, de julho a setembro o crédito rural representou 63,6% dos empréstimos, enquanto o recurso próprio foi de 36,4%. Na safra passada, no mesmo período, o crédito livre estava um pouco acima, 39,5%, destacou o Gustavo Soares, o executivo da instituição.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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