Economia

Com ou sem forward guidance, Copom só elevará juros no segundo semestre

15 dez 2020, 15:12 - atualizado em 15 dez 2020, 15:12
Banco Central BCB
Sem afobação: para XP, Banco Central só mexerá nos juros em meados do ano (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira (15), reforça a avaliação do mercado sobre dois pontos. O primeiro é que o forward guidance pode ser descartado em breve. O segundo é que os juros continuarão onde estão até o fim do primeiro semestre de 2021.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A opinião é da XP Investimentos, em relatório enviado aos clientes. O forward guidance é um recurso utilizado por bancos centrais, como o americano, para ancorar expectativas e, assim, evitar que o mercado seja surpreendido por suas decisões.

Na prática, trata-se de sinalizar claramente, nos comunicados da autoridade monetária, seus cenários e seus próximos passos. Com isso, os agentes econômicos e financeiros têm tempo de se posicionar adequadamente. O instrumento foi adotado pelo Banco Central brasileiro em agosto.

Agora, o BC indica, na ata desta terça-feira, que esse recurso deve ser abandonado em breve. Ao se referir ao parágrafo 17 do documento, a XP sublinha que o Copom sinaliza que “a retirada do FG [forward guidance], que pode acontecer ‘em breve’, não implica ‘mecanicamente aumento de juros’”.

Cenário complicado

A equipe de análises da gestora prossegue, afirmando que “essa preocupação em preparar o mercado para o pós-FG, em nossa visão, sugere que sua retirada pode acontecer tão cedo quanto janeiro.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda que aconteça, a XP acredita que isso não poderá ser interpretado como o início de um novo ciclo de aumento da Selic.

Emprego-Desemprego-Carteira de Trabalho
Demanda deprimida: desemprego elevado freia ímpeto inflacionário (Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado)

“Avaliamos que, independente do momento da retirada do FG, o balanço de riscos para a inflação no arcabouço tradicional de política monetária não prescreverá alta de juros no curto prazo”, afirmam os analistas.

Ou seja, para a gestora, ainda é cedo para se falar de aumento dos juros. A XP cita, entre os fatores que justificariam a manutenção da Selic onde está, o desemprego elevado, a dissipação do choque inflacionário e o fim do auxílio emergencial.

Em bom português, tudo indica que os brasileiros continuarão com o orçamento familiar asfixiado em 2021. Sem dinheiro, não há pressão de demanda e, portanto, não há estímulo para empresas e serviços aumentarem preços e pressionar a inflação.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Assim, continuamos com a expectativa – que mantemos desde junho – de elevação da Selic a partir do segundo semestre de 2021, até 3% ao final do ano”, explicam os analistas da XP.

Veja a ata da última reunião do Copom.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Linkedin
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
Linkedin
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar