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Com ou sem privatização, ação da Sabesp está uma pechincha

20 ago 2021, 14:44 - atualizado em 20 ago 2021, 14:49
Rodrigo Maia
Maia foi nomeado na véspera pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), como secretário de Projetos e Ações Estratégicas da gestão paulista (Imagem: Governo de São Paulo)

As ações da Sabesp (SBSP3) viraram um foguete após a fala de Rodrigo Maia em sua posse para secretário de Projetos e Ações Estratégicas de São Paulo.

“Acho que é uma coisa simbólica organizar a privatização, a concessão, deixar isso organizado até o final da minha gestão”, afirmou Maia nesta sexta-feira ao ser questionado sobre quais serão as prioridades dele à frente da pasta.

Com isso, por volta das 14h20, os papéis subiam a 10,07%. Mais cedo, as ações chegaram a subir 15%

Maia foi nomeado na véspera pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), como secretário de Projetos e Ações Estratégicas da gestão paulista, sendo uma de suas atribuições agilizar os projetos de desestatização.

De acordo com o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, independente das falas não terem sido mais profundas ou ainda quanto a uma definição do tipo de projeto que seria levado a frente (capitalização ou privatização), “relembramos que a cotação de Sabesp estava excessivamente descontada frente a sua base regulatória de ativos homologada a poucos meses pela Arsesp, com um desconto na casa de 60% ao término do pregão de ontem”.

Para ele, o comentário é positivo, ainda que as eleições do ano que vem também pesem nessa equação, pois a Sabesp enfrenta um cenário regulatório mais positivo que seus pares de mercado e apresenta desde já um cenário mais resolvido das metas de universalização propostas pelo novo marco do saneamento.

A visão é reforçada pelo BB Investimentos. Segundo a corretora, o nível de desconto está excessivo, com o valor de mercado da empresa muito inferior à base de ativos regulatórios, mesmo com a recente revisão tarifária, que trouxe perspectiva de maior rentabilidade ao longo deste novo ciclo tarifário que se inicia.

A corretora tem recomendação compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 50.

Sabesp
A corretora lembra que diferentemente das empresas de energia, os níveis dos reservatórios e o suprimento de água da Sabesp estão em uma situação confortável (Imagem: Facebook/Sabesp)

Como foi o resultado?

O segundo trimestre não foi muito feliz para a Sabesp, apontam os analistas. O principal problema foi a elevação de custos.

No período, a companhia mais do que dobrou seu lucro, para R$ 773,1 milhões, um pouco abaixo da previsão de analistas compilada pela Refinitiv, de R$ 819,5 milhões.

Apesar disso, parte desse aumento se deve a valorização do real contra o dólar.

“A alta nos custos operacionais no segundo trimestre acendeu um alerta, o que nos fez optar por colocar nosso preço-alvo em revisão enquanto atualizamos nossas premissas para o modelo”, afirma o Inter.

Para o Itaú BBA, os números ficaram aquém das expectativas, com o Ebitda ajustado (excluindo efeitos não-recorrentes) penalizado pela menor tarifa média (água + esgoto) e pelo aumento das despesas controláveis.

“Embora as ações da Sabesp sejam negociadas atualmente a um preço considerado atrativo, não vemos razão para compra do papel no curto prazo, já que o cenário de privatização parece improvável e há eleições presidenciais no ano que vem”, afirma.

A corretora lembra que diferentemente das empresas de energia, os níveis dos reservatórios e o suprimento de água da Sabesp estão em uma situação confortável.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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