CEO Conference Brasil 2025

Combinação de políticas fiscal ‘frouxa’ e monetária ‘apertada’ no Brasil preocupa, diz André Esteves, do BTG

25 fev 2025, 16:44 - atualizado em 25 fev 2025, 18:45
brasil andré esteves
(Imagem: Reprodução)

A combinação de política fiscal “frouxa” e monetária “muito apertada” preocupa o chairman e sócio sênior do BTG Pactual, André Esteves. Segundo ele, o descompasso entre as medidas adotadas pelo governo e pelo Banco Central (BC) dificulta convergência da inflação para a meta de forma eficiente.

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O que me preocupa é uma combinação de políticas que poderiam ser muito mais otimizada. É como se você estivesse dirigindo um carro com um pé no freio e outro no acelerador”, disse Esteves no evento CEO Conference nesta terça-feira (25).

De acordo com o chairman do banco, a solução mais razoável seria um ajuste que evitasse uma alta excessiva na Selic e, ao mesmo tempo, promovesse um maior controle fiscal. No entanto, essa não é a realidade atual.

O mercado acompanha novos anúncios fiscais do governo Lula, enquanto a taxa básica de juros está no patamar de 13,25% ao ano e já tem mais uma alta de 1 ponto percentual (p.p.) no radar.

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A desancoragem das expectativas de inflação, segundo Esteves, é um dos principais desafios para o BC, que está fazendo um ciclo “agressivo” de elevação dos juros. Ele acredita que a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) ajudará a conter a pressão inflacionária, mas alerta para os riscos de uma ansiedade por parte do governo diante do desaquecimento econômico.

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“A economia vai desaquecer um pouco mais leve do que seria necessário e a inflação vai convergir para a meta um pouco mais longe do que seria necessário. A dúvida é: vai bater uma ansiedade no governo de ver a economia desaquecer e começar a descumprir as regras fiscais? Seria um erro, mas não está na mesa”, afirmou.

Apesar das incertezas, o executivo destacou que o governo tem conseguido cumprir suas metas fiscais e afirmou não ver problemas em relação aos gastos parafiscais, por os considerar pequenos dentro do contexto geral das finanças públicas.

Para Esteves, o ideal seria um maior rigor na gestão fiscal, indo além do simples cumprimento das metas dentro do prazo estabelecido. “Cumprimos o arcabouço ano passado e acho que será cumprido este ano. Mas deveríamos estar sendo um pouco mais rigorosos do que cumpri-lo no tempo regulamentar”.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.