Como a Isa Energia (ISAE4) quer se livrar da pecha de ação de ‘renda fixa’

A pecha de ações de renda fixa para empresas do setor elétrico é forte no mercado.
Por ter contratos de longo prazo e receitas garantidas, essas companhias são marcadas por sua previsibilidade, como em títulos de renda fixa.
Porém, a maios transmissora de energia privada do país, a Isa Energia (ISAE4), quer ir muito além disso.
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Em seu Dia do Investidor, realizado nesta quarta em São Paulo, a companhia deu um panorama do futuro dos seus negócios, com previsão de investimentos em inovação e tecnologia, como uso de baterias para potencializar a rede elétrica em momentos de demanda maior.
“Eu nunca classificaria a nossa empresa como uma companhia de renda fixa. Vejo a Isa como uma empresa que gere um portfólio de concessões, trazendo crescimento e criação de valor a partir de uma base previsível”, disse o CEO, Ruy Chamas.
De acordo com ele, a empresa trabalha para não se acomodar nessa previsibilidade.
“Ao contrário, nos apoiamos nela para gerar ainda mais valor. Essa é a nossa visão, e queremos continuar seguindo esse caminho. Entendemos que esse é o nosso papel como gestores da companhia”.
Chanas diz ainda que a companhia é um negócio estável, “e a partir da estabilidade esse time que está a cargo da Isa tem conseguido acelerar de forma responsável e disciplinada, mas trazendo um crescimento acima da inflação”.
Isa Energia e a aposta em baterias
Entre as apostas, está o uso de baterias. A empresa já vem liderando a adoção de tecnologias no setor elétrico brasileiro.
Em 2023, implementou o primeiro projeto nacional de baterias em larga escala, com 30 megawatts (MW) de potência, que reforça a rede elétrica nos horários de pico do litoral sul paulista.
Com a geração intermitente de fontes solar e eólica, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) enfrenta mais desafios para manter a estabilidade, com recursos cada vez mais limitados.
Chammas destacou que as baterias serão uma necessidade para o sistema brasileiro e reafirmou o interesse da ISA Energia em participar do leilão previsto para a tecnologia em 2026.
“O Brasil vai ter que investir em alguma solução para resolver a rampa de potência (que surge quando acaba a geração solar)… Não vejo nada entrando tão rápido para ajudar quanto as baterias”, disse.
Outro projeto é no interior paulista para controlar o fluxo de potência na rede, evitando sobrecargas e falhas nas linhas.
Com investimento de R$ 90 milhões, autorizado pela Aneel, a tecnologia FACTS está sendo aplicada em uma subestação em Ribeirão Preto (SP) para redirecionar os fluxos de energia, adiando obras convencionais.
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“É rentável, é interessante, é um serviço nessa busca de soluções para o mundo mais complexo que estamos”, afirmou Chammas.
Entre as vantagens da nova tecnologia, está o auxílio para lidar com riscos crescentes no setor elétrico, como apagões decorrentes de excesso de geração solar concentrada em pequenos sistemas sem controle centralizado.
Segundo Chammas, a empresa seguirá buscando oportunidades de resolver “problemas reais” do setor.
Com Reuters