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Como a Taurus (TASA4) pode se beneficiar com a eleição de Milei na Argentina

21 nov 2023, 17:08 - atualizado em 21 nov 2023, 17:08
O novo presidente argentino deve flexibilizar o acesso às armas
O novo presidente argentino deve flexibilizar o acesso às armas (imagem: Luis Robayo/Reuters)

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, promete realizar grandes mudanças no país quando assumir o cargo no ano que vem.

Os temas centrais estão focados na economia do país, como a dolarização da moeda local e a extinção do banco central, entre outras medidas. Uma delas, no entanto, é em relação à regulação de armas de fogo.

Durante sua campanha, Milei se disse “a favor das armas” e falou em fornecer porte de armas ao povo argentino, o que pode favorecer a Taurus (TASA4). Com maior acesso (e demanda por armas), o país vizinho pode passar a importar mais armas da fabricante gaúcha.

Na Argentina, as regras para a posse de armas são similares às brasileiras: Há de se fazer testes psicotécnicos e pedir autorização de compra. Ainda, só pode transportar a arma sem munições. Para o porte, há outras exigências, como registros criminais negativos e a necessidade de revalidação a cada 12 meses, além de uma justificativa – usualmente não aceita.

Os calibres permitidos para civis vão até o .32, porém, há possibilidade de adquirir calibres maiores para “uso condicional”.

A permissão requer que o proprietário cumpra com regulamentações mais rigorosas, que podem incluir verificações de antecedentes mais detalhadas, treinamento específico, limitações de onde a arma pode ser portada e, possivelmente, a necessidade de justificar a necessidade da arma.

Com isso, pode-se comprar uma pistola 9mm, .45, e revólveres .357 e .44 – produtos abundantes no portfólio da Taurus que atualmente estão com vendas restritas no Brasil. Milei pode, no entanto, tirar desses calibres a condição de “uso condicional”, desbloqueando um grande mercado para a fabricante gaúcha no país vizinho.

“Indústria de armas do Brasil pode ser beneficiada”

A consultoria independente do setor de Defesa LRCA Consulting afirma que “é razoável supor que a indústria brasileira do setor possa ser amplamente beneficiada, dada a proximidade geográfica e a afinidade entre os dois países”.

Segundo a publicação, a Taurus (e a sua controladora, CBC), já são bem conhecidos na Argentina pelos atiradores esportivos do país, “embora as mais modernas e tecnológicas linhas de pistolas e revólveres da Taurus ainda não estejam ao alcance legal da maioria dos seus cidadãos atualmente”.

Ainda não está claro sobre como Milei irá agir quanto à legislação de armas argentina. É provável que, inicialmente, novas medidas venham por decreto presidencial, visto que o novo presidente começara a governar com uma base fraca de seu partido no Congresso.

De qualquer forma, uma eventual mudança no acesso às armas ou na flexibilização dos calibres permitidos pode desbloquear uma “demanda reprimida”, como aconteceu no Brasil nos anos mais recentes.

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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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