Economia

Mercado acredita que menor dependência dos EUA virou proteção do Brasil contra tarifaço, diz Galípolo

11 ago 2025, 12:36 - atualizado em 11 ago 2025, 15:12
Gabriel Galípolo
Tarifa de 50% imposta pelos EUA ao Brasil entrou em vigor na quarta-feira passada. (Imagem: Roque de Sá/Agência Senado)

A baixa dependência comercial do Brasil em relação aos Estados Unidos é vista pelo mercado como uma proteção após a imposição, por Donald Trump, de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, disse o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, nesta segunda-feira (11). Antes, essa condição era considerada uma desvantagem.

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“Como o Brasil depende menos dos Estados Unidos, vai se machucar menos do ponto de vista comercial no processo do tarifaço”, afirmou Galípolo, durante evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Entre as exportações brasileiras, 11,98% tiveram como destino os EUA no acumulado deste ano até julho, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O país fica atrás do bloco formado por China, Hong Kong e Macau, que respondeu por 29,51%, e da União Europeia, que representou 14,41% das vendas externas

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No evento, Galípolo fez um retrospecto e destacou que, após as tarifas impostas no primeiro governo de Trump, diversos países aumentaram suas exportações para os Estados Unidos e passaram a depender mais do mercado consumidor norte-americano — como o México. Contudo, segundo o presidente do BC, esse não foi o cenário do Brasil.

“Aquilo que era visto como uma desvantagem passou a ser visto como uma proteção”, afirmou.

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Ele lembrou que, em janeiro, o BC revisou seu balanço de riscos e incluiu o caráter “baixista” das taxas, que poderia enfraquecer as relações comerciais e desacelerar a economia.

Segundo Galípolo, os membros da autoridade monetária têm identificado, no Questionário Pré-Comitê de Política Monetária (Copom) enviado a economistas, três percepções principais sobre os efeitos das tarifas norte-americanas no Brasil.

As duas primeiras seriam de efeito temporário. A primeira prevê aumento da oferta no mercado interno, o que tenderia a reduzir preços. A segunda indica para um possível acirramento das relações com os EUA, levando à desvalorização do real frente ao dólar e pressionando a inflação.

Já a terceira percepção aponta que as tarifas podem afetar de forma mais duradoura a atividade econômica, ao dificultar a realocação das exportações para novos mercados e gerar perda de empregos. No entanto, Galípolo observa que esse cenário ainda não foi incorporado às projeções dos economistas.

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Ele acrescentou que, embora os investidores não deixem de aplicar nos EUA, passaram a buscar alternativas de segurança diante da desvalorização do dólar, já que dificilmente encontrarão outro mercado com o mesmo nível de liquidez e volume de ativos.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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