Investimentos

Como mensurar riscos e ganhos com CRIs e CRAs? veja dicas

28 jan 2023, 17:41 - atualizado em 28 jan 2023, 17:41
Renda Fixa
Investimentos em CRIs e CRAs têm crescido exponencialmente, porém, é preciso observar riscos e mensurar ganhos (Imagem: Adobe Stock/Montagem: Giovanna Figueredo

A oferta de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) disparou em 2022. 

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as emissões dos instrumentos de renda fixa somaram mais de R$ 91 bilhões no ano passado, montante recorde.

Com isso, os produtos securitizados, que permitem ao investidor emprestar dinheiro diretamente a empresas ligadas ao agronegócio ou ao setor imobiliário, se firmaram como opção ao investidor pessoa física, que tem trocado ações por títulos de crédito privado.

Porém, antes de apostar nesses investimentos, é preciso mensurar os riscos e os ganhos.

O que observar antes de investir em CRIs?

O sócio e head de crédito da Cy.capital, Danny Gampel, comenta que sempre que indica ao investidor pessoa física CRIs é com investimento direto em fundos imobiliários e considerando o perfil dos produtos. Uma vez que são diversos fundos, que vão desde os “high grade” até os mais ‘high yields”. 

“Quando o investidor compra um CRI e torna-se detentor do papel, dificilmente conseguirá negociar esse mesmo ativo no mercado secundário em meio à baixa liquidez”, diz.

Gampel destaca que fundos high grades investem em ativos de empresas renomadas em relação a crédito, com um histórico muito bom. Enquanto os fundos high yield são normalmente de risco maior e, consequentemente, de maior retorno.

Ele acrescenta que tem ainda o fundo chamado de “meio termo”, que são aqueles que não investem em empresas que têm um “balanço contábil muito difícil”, sem segurança da garantia. 

O próximo passo, segundo ele, é avaliar as características dos ativos, como quem são os devedores, as taxas, duration, além do valor do tempo de vida (LTV). 

“São detalhes que ajudam a identificar, principalmente, se aquele fundo vai pagar a taxa e o prazo que você está disposto”, diz.

Apesar do salto nos investimentos em instrumentos financeiros como CRIs e CRAs, Gampel chama a atenção para a volatilidade do mercado de fundos imobiliários, que depende de taxa de juros, inflação e outros elementos econômicos como a confiança do consumidor antes de apostar nessas sopas de letrinhas do mercado financeiro.

Cuidados ao investir em Fiagros

Já o head de produtos da B.Side Investimentos, Eduardo Scheffer, chama a atenção para os investimentos em Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros), que vêm crescendo exponencialmente.

“É importante não olhar só os dividendos que o fundo paga. Muitas vezes, você tem algum ganho extraordinário e o fundo acaba ou pagando tudo em um mês ou distribuindo ao longo de vários meses”, pondera.

No entanto, Scheffer pontua que é importante observar também a taxa de retorno que esses fundos estão pagando. Segundo ele, apesar de retornos serem melhores, se estão muito elevados em relação aos observados no mercado de debêntures, por exemplo, incorporam um risco maior. 

“O investidor também pode observar o duration que, quanto menor, menos é o risco do ativo. Hoje, setores como varejo, tecnologia e alguns de construção civil estão tendo mais riscos”, diz.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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