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A produção de carros elétricos encarece o preço dos fertilizantes para o agricultor brasileiro; saiba como

23 jan 2025, 15:46 - atualizado em 23 jan 2025, 15:46
Carro elétrico fertilizantes
(iStock.com/deepblue4you)

O fósforo (P) é um dos integrantes mais relevantes na fabricação des fertilizantes minerais usados pelo produtor rural na sua lavoura. E a crescente produção de carros elétricos  na China passou a afetar os preços deste insumo tão relevante para o agronegócio.

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O país asiático é um dos principais produtores mundiais de ácido fosfórico, derivado do fósforo e base para produção de fertilizantes fosfatados. Esta matéria-prima é destinada também para a produção de baterias de veículos elétricos.

Eduardo Monteiro, country manager da Mosaic Fertilizantes e presidente do conselho de administração da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), relata, em conversa com o Money Times, que essa “competição” dos carros elétricos tem mantido os preços do fósforo em patamares elevados, especialmente para o fertilizante fosfato monoamônico, conhecido pela sigla MAP, que tem alta concentração de ácido fosfórico.

“Hoje, a China direciona mais ácido fosfórico para a produção das baterias de automóveis elétricos, o que naturalmente diminui o volume disponível para exportação e produção de fertilizantes. Por isso, tem sido cada vez mais difícil verificar um pico de oferta que poderia baixar os preços para o produtor rural”, afirma Monteiro.

Ele afirma que muitos produtores costumam adiar a decisão de compra de fertilizantes para obter uma relação de troca mais favorável. A relação de troca consiste no número de sacas por hectare que um produtor de soja, por exemplo, vai ter que utilizar para comprar seus insumos.

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“O que acontece é que os preços estão em alta. Para a safra de inverno de milho, por exemplo, a janela de plantio é bem estreita. Começa no meio de janeiro e vai até o dia 15 de fevereiro. Se o produtor esperar demais para fechar a compra de fertilizantes, pode sofrer com atrasos, que podem levar a perdas”, aponta o executivo da Mosaic.

O cloreto de potássio, outro importante componente de fertilizantes, também tem ficado mais caro. O movimento é causado pela decisão da Belarus, um dos maiores produtores globais, de cortar em cerca de 10% sua produção. “Esse corte ficou concentrado nas exportações, já que o país resolveu priorizar a demanda interna”, explica Monteiro.

A Rússia também decidiu cortar sua produção do insumo em proporção parecida. Juntos, os países respondem por 35% da oferta global de potássio, segundo o Morgan Stanley. No Brasil, os preços do MAP estão estacionados em US$ 635 por tonelada.

No ano passado, a China exportou cerca de 1,28 milhão de unidades de carros elétricos, um crescimento de 6,7% sobre 2023. De 2009 a 2022, a China concedeu mais de US$ 29 bilhões em subsídios e incentivos fiscais para que as empresas do país melhorassem os veículos.

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A expansão da Mosaic Fertilizantes no Matopiba

Monteiro afirma que esse cenário é positivo para a Mosaic, que responde por cerca de 20% do mercado de fertilizantes no Brasil, e é responsável por cerca de 60% da produção nacional.

Para reforçar essa posição, a companhia investiu cerca de R$ 400 milhões na construção de uma nova unidade de mistura, armazenagem e distribuição em Palmeirante (TO).

A unidade será inaugurada em julho, e já em 2025, vai produzir 500 mil toneladas, chegando à capacidade produtiva anual de 1 milhão de toneladas em 2028. O objetivo é atender os produtores da região conhecida como Matopiba, que inclui os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

“Estamos falando de uma região que está em franco crescimento. Palmeirante tem uma infraestrutura logística diferenciada e, com a nova unidade, podemos ampliar o atendimento até  a região do Vale do Araguaia (MT) e norte de Goiás, além do Matopiba”, explica Monteiro.

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Enquanto o mercado de fertilizantes cresce 2% ao ano no Brasil, a Mosaic espera uma expansão anual de 4% no Matopiba. “Há uma demanda de grandes produtores da região por fertilizantes de qualidade, e vamos atender essa necessidade”, afirma o executivo.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
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