CTC quer dobrar produtividade da cana-de-açúcar até 2040; Citi vê revolução para ‘calcanhar de Aquiles’ do setor

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) quer dobrar a produtividade dos canaviais brasileiros até 2040.
Para atingir esse objetivo, a empresa de biotecnologia apresentou, nesta semana, novas tecnologias para desenvolver o setor de cana-de-açúcar, em termos de produtividade, eficiência operacional e sustentabilidade.
Entre as novidades estão:
- CTC Advana: linha de variedades de cana desenvolvidas por melhoramento genético, com potencial de aumento de produtividade de até 16%;
- CTCVerdPRO2: plataforma que oferece resistência à broca-da-cana — praga presente em todos os canaviais e responsável por perdas de até R$ 8 bilhões por ano;
- CTC Sementes: projeto de sementes sintéticas que podem reduzir a pegada de carbono e melhorar a eficiência operacional.
A visão do Citi para os avanços do CTC
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (16), o Citi destacou o potencial das tecnologias do CTC, principalmente para a redução de custos e aumentos da produtividade.
“O modelo do CTC pode revolucionar o setor, simplificando o processo de plantio, reduzindo custos operacionais e acelerando a adoção de novas tecnologias”, apontaram os analistas Gabriel Barra e Pedro Gama.
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Segundo o banco, a baixa evolução da produtividade tem sido o “calcanhar de Aquiles” da cultura da cana no país. Entre os fatores que impactam a produção, estão o ciclo longo da planta — ou seja, a cana leva tempo para se desenvolver —, a necessidade de altos investimentos por hectare e a complexidade genética.
“Vemos isso como positivo para as companhias sob nossa cobertura no setor de açúcar e etanol, como São Martinho, Raízen e Jalles Machado”.
A avaliação é de que a melhora na produtividade pode elevar a competitividade do etanol de cana em relação ao produto à base de milho no mercado doméstico, além de abrir espaço para ampliação das exportações e o avanço de biocombustíveis avançados, como o SAF (Combustível Sustentável de Aviação).