Comprar ou vender?

Como o Mercado Livre (MELI34) desbancou a Vale (VALE3) e se tornou a empresa mais valiosa na AL

28 set 2021, 17:12 - atualizado em 28 set 2021, 17:18

Com um market cap de US$ 93 bilhões, essa empresa argentina acaba de desbancar aquela que por muitos anos foi a empresa mais valiosa da América Latina. Empresas distintas, com produtos diferentes, a grande mudança pode ser um reflexo do que vem pela frente: uma companhia de commodities acaba de ser superada por uma de e-commerce. Estamos falando do Mercado Livre (MELI34), que desbancou a Vale (VALE3)

Negociada na Bolsa americana, o Mercado Livre (MELI34) tem apresentado resultados promissores e que atrai ainda mais compradores:

  • Crescimento do GMV (volume bruto de mercadorias) de quase 20% ao ano (nos últimos 11 anos);
  • Aumento relevante na receita de 33,8% em dólar; 
  • 13 pontos percentuais de  take rate, a parcela que ganham nas mercadorias transacionadas;
  • A quantidade de itens vendidos crescendo em 34 pontos percentuais. 

Para entender o que possibilitou um crescimento tão surpreendente e exponencial, o analista de ações da Empiricus Fernando Ferrer explicou como o MELI34 tem atuado para melhorar cada vez mais.

Segundo o analista, alguns pontos foram fundamentais para essa expansão:

Expansão de categorias 

Com o crescimento de itens vendidos, o Mercado Livre aumentou sua atuação nos mais diversos mercados. No modelo 3P (third-party seller, do inglês), junto à rede Pão de Açúcar, vende os seus produtos online. 

No modelo 1P (one party), a venda direta conseguiu se posicionar para ganhar mais representatividade, conseguindo movimentar a venda de produtos que não tinham muita relevância na plataforma e passaram a ganhar mais destaque em momentos estratégicos como a Black Friday. 

Assim, virou líder de e-commerce no Brasil com participação de 30%. 

Logística

Em 2018, a dependência do Mercado Livre nas entregas de correios chegava até 80% de seus produtos. De lá para cá, a empresa investiu na malha própria e centralizou cerca de 85% de suas mercadorias na sua própria logística. 

Economizando e com o próprio serviço especializado, o novo mindset da empresa representa uma melhor experiência para o cliente.

Fidelidade

Na mesma linha da Amazon, com o serviço Prime, o Mercado Livre lançou recentemente um programa de fidelidade que inclui descontos em fretes, assinatura dos streamings Disney+ e Star+, desconto na plataforma de música Deezer e outros benefícios. 

Essa série de funcionalidades agregam o usuário, estimulando ele a usar mais a plataforma e estar cada vez mais conectado ao ecossistema da marca. Além disso, os descontos competitivos em produtos e fretes aumentam ainda mais a fidelidade do cliente. 

Advertising

Assim como a Magazine Luiza (MGLU3), o MELI34 ainda não explora tanto, mas tem uma ótima oportunidade pela frente. Comparando com o par internacional, a Amazon tem 6% de seu faturamento em advertising

Mercado Pago

Com a nova iniciativa de carteira digital, o Mercado Pago facilita tanto para o consumidor como para o vendedor. Além de ser positivo para a empresa, registrou-se que 43% dos novos clientes do Mercado Pago fizeram seu primeiro cartão de crédito em 2021. Ou seja, em paralelo à carteira digital, houve um processo de bancarização.

Ao todo, o Mercado Livre apresenta uma posição muito favorável no mercado de e-commerce, categoria que mais cresceu em 2020. Com a atenção de muitos players, a companhia apresenta um total de 12 milhões de vendedores para 65 milhões de consumidores. No âmbito do consumo, somam-se 538 visualizações por segundo e 29 compras por segundo. 

Além disso, o Mercado Livre tem um baixo CAC (Custo de Aquisição de Clientes), pois  é uma marca que faz parte do mapa mental popular, reconhecida pelo público, que identifica bons preços na plataforma, além de benefícios interessantes.

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Produtora de conteúdo na Empiricus. Estudante de jornalismo na Universidade de São Paulo (USP) e com experiência em webdesign no Jornal da USP.
Produtora de conteúdo na Empiricus. Estudante de jornalismo na Universidade de São Paulo (USP) e com experiência em webdesign no Jornal da USP.