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Como será uma Braskem sem Petrobras e Novonor

17 dez 2021, 15:35 - atualizado em 17 dez 2021, 15:35
Braskem
Uma Braskem independente terá mais flexibilidade operacional, destacou o Bank of America (Imagem: Reprodução/Braskem)

A Braskem (BRKM5) está no caminho para se tornar mais independente, disse o Bank of America (BofA), após a Petrobras (PETR3;PETR4) e a Novonor chegarem a um acordo para vender até 100% das ações que as empresas detém na petroquímica, via oferta pública secundária de ações (follow-on).

Segundo o Bank of America, a independência pode trazer mais flexibilidade nas operações da Braskem. O banco destacou que a Braskem adquire nafta tanto da Petrobras quanto em importações.

Se as vendas das refinarias da estatal continuarem avançando, isso permitirá à petroquímica trabalhar com refinarias independentes para maximizar as oportunidades de negócio.

“No Nordeste do Brasil, onde a RLAM (Refinaria Landulpho Alves) está localizada, a Braskem importa até 85% de sua matéria-prima e possui um contrato de fornecimento de cinco anos para os 15% restantes, que esperamos ter sido cedido à Mubadala”, lembra.

Na região Sul, diz o banco, a Braskem tem a possibilidade de importar 100% de sua matéria-prima, mas também tem um acordo para 5% de seu estoque com a Petrobras, que pode ser cedido aos novos donos.

Rumo ao Novo Mercado

Junto ao anúncio do follow-on, a Petrobras disse que celebrou um termo com a Novonor para a migração da Braskem ao Novo Mercado, nível mais elevado de governança corporativa da B3 (B3SA3).

A Braskem deve realizar os estudos necessários sobre a migração, a qual deve compreender a realização de determinados atos, como adaptações necessárias de governança com as respectivas aprovações societárias.

A Petrobras possui fatia de 36,1% na Braskem (47% de ações votantes e 22% de ações preferenciais). A participação da Novonor corresponde a 38,3% (50,1% de ações votantes e 22,9% de ações preferenciais).

Com base na capitalização de mercado atual da Braskem, a oferta é avaliada em US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 8,5 bilhões), destacou o Bank of America. O valor combinado de ações votantes está estimado em US$ 4,2 bilhões (próximo de R$ 23,8 bilhões).

Petróleo Commodities Braskem
O Bank of America reafirmou a recomendação de compra sobre a Braskem, apesar do movimento de normalização dos spreads (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli

Valuation

O Bank of America reafirmou a recomendação de compra sobre a Braskem, apesar do movimento de normalização dos spreads. O preço-alvo indicado é de R$ 84.

Na avaliação dos analistas, a companhia deve se beneficiar de margens petroquímicas positivas, que devem permanecer em níveis atrativos, bem como da recuperação econômica, de sua liderança em polietileno verde e de um valuation favorável, apesar da forte performance da ação no ano.

O papel da Braskem acumula a maior valorização do Ibovespa em 2021.

Na avaliação de Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA, o ambiente positivo para os negócios da companhia em 2021 foi um fator determinante para a disparada das ações, com o aumento dos spreads internacionais de seus produtos levando a claras melhorias nos resultados trimestrais.

O impulso originado pelos spreads fez com que a Braskem atingisse no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 3,5 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,4 bilhão registrado no mesmo período de 2020.

Em dezembro, o conselho de administração da Braskem aprovou a distribuição de R$ 6 bilhões em dividendos antecipados, referentes ao exercício de 2021.

O pagamento será realizado na próxima segunda-feira (20), com data-base em 8 de dezembro para detentores de ações de emissão da companhia negociadas na B3 e 13 de dezembro para detentores de ADRs (American Depositary Receipt, recibo de ação de uma empresa estrangeira negociada nos Estados Unidos) na Nyse.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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