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Compra da Biosev reforça histórico favorável de fusões e aquisições da Cosan

10 fev 2021, 14:01 - atualizado em 10 fev 2021, 14:01
Biosev
Para o BTG Pactual, os pontos positivos do acordo de aquisição da Biosev pela Raízen superam os riscos de execução do negócio (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A aquisição da Biosev (BSEV3) relembra o histórico favorável de fusões e aquisições da Cosan (CSAN3), disse o BTG Pactual (BPAC11). Na avaliação dos analistas, a compra das nove unidades processadoras de cana-de-açúcar da Biosev pela Raízen, subsidiária do grupo, é “a prova do timing e do senso comercial” da companhia, uma vez que o valor da operação parece muito atraente.

Pelo acordo, a Raízen não vai incorporar as dívidas da Biosev, estimadas pelo BTG em R$ 9,3 bilhões. A empresa pagará R$ 3,6 bilhões em dinheiro aos acionistas da Biosev e emitirá novas ações sem direito de voto para que os acionistas da Biosev detenham 3,5% de participação na empresa.

A Raízen ainda vai emitir 1,5% de novas ações a um valor simbólico para que os acionistas da Biosev possam receber dividendos até a conclusão de sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

“A Raízen pagou basicamente US$ 27 por tonelada de capacidade instalada, enquanto avaliamos a Raízen Energy em US$ 77/tonelada. Supondo que a Cosan administre o IPO da Raízen em um múltiplo semelhante, estamos falando sobre uma criação de valor de R$ 1,6 bilhão, ou R$ 11 por ação da Cosan”, destacaram Thiago Duarte, Pedro Soares e Ricardo Cavalieri, do time de análise do BTG.

Os analistas acreditam que os pontos positivos superam os riscos de execução do negócio, como o fornecimento insuficiente de cana-de-açúcar para diluir os custos e o alto nível de endividamento, problemas comuns entre empresas do setor de açúcar e etanol.

Raízen-Cosan
Com a aquisição da Biosev, a Raízen terá participação de aproximadamente 15% do mercado brasileiro de açúcar e etanol (Imagem: Reprodução/Raízen)

Com a aquisição da Biosev, a Raízen terá participação de aproximadamente 15% do mercado brasileiro de açúcar e etanol, o que, segundo o BTG, possivelmente aumentará a capacidade de arbitragem da empresa entre os diversos subprodutos da cana-de-açúcar.

A aquisição ocorre em um momento benéfico para o setor. Segundo o BTG, as melhores perspectivas para a indústria, a RenovaBio, o cenário favorável dos preços das commodities e a crescente demanda por energia de biomassa e biogás comprovam a intenção da Raízen de fortalecer sua posição na cadeia de valor.

O BTG manteve a recomendação de compra da ação da Cosan, com preço-alvo de R$ 83.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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