Agronegócio

Conab não vê grandes compras de milho e soja pelo Brasil apesar de isenção de taxa

20 out 2020, 18:37 - atualizado em 20 out 2020, 18:37
Soja
A companhia disse ainda que a safra brasileira começa a ser colhida no início do ano que vem (Imagem: REUTERS/Jason Reed)

O Brasil não deverá realizar importações significativas de soja e milho dos Estados Unidos, apesar de uma isenção de tarifas para compras do produto de fora do Mercosul, afirmou à Reuters nesta terça-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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Segundo a Conab, a isenção da tarifa estabelece um novo teto para o patamar de preços, que estão em níveis recordes no caso da soja, após fortes exportações e elevada demanda interna. As cotações do milho também dispararam.

“Entretanto, os preços da soja são influenciados pelos preços internacionais e a questão cambial será importante para a evolução dos preços no ano que vem”, ponderou a estatal, ao responder perguntas por email.

A Conab não detalhou os motivos de sua avaliação sobre as importações, mas o câmbio é visto por analistas ouvidos pela Reuters como um limitador de aquisições no exterior.

A companhia disse ainda que a safra brasileira começa a ser colhida no início do ano que vem, o que também limita compras no mercado externo.

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O governo decidiu zerar no final da semana passada a tarifa de 8% para importação de soja e milho de fora do Mercosul. No caso do cereal, a isenção vai até o final do primeiro trimestre de 2021, enquanto para a oleaginosa é válida até 15 de janeiro.

“Para a soja, não se esperam quantidades grandes importadas em curto prazo, mas, sim, limite aos preços. A estimativa da Conab, por enquanto, se mantém entre 300 e 400 mil toneladas até final de dezembro. Em janeiro, já se inicia nova colheita”, afirmou.

Limitar a alta de preços do milho e da soja no mercado brasileiro é importante para que as carnes brasileiras se mantenham competitivas, acrescentou a Conab.

“Sem tarifa, a paridade de importação representa, aos produtores de frango e suíno, compra dos principais insumos a preços em relativa equidade com o pago por outros competidores.”

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A Conab disse ainda que, para a soja, os EUA seriam o único país que poderia exportar soja para o Brasil a um preço competitivo.

“Em relação ao milho, importamos principalmente de países membros do Mercosul, mas com a isenção da TEC (Tarifa Externa Comum) poderemos aumentar as importações de milho dos EUA”, afirmou.

De janeiro a setembro, as aquisições de soja pelo país já somaram 528 mil toneladas, conforme dados do governo, que apontam entre os fornecedores países do Mercosul, principalmente o Paraguai. No caso do milho, as compras pelo Brasil já somaram pouco mais de 700 mil toneladas, com Argentina e Paraguai dominando as vendas.

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Atraso no Plantio

Questionada sobre o atraso no plantio de soja da safra 2020/21 em função da seca, se poderia afetar produtividades no maior produtor e exportador global da oleaginosa, a Conab afirmou a equipe de campo “está atenta ao atraso, mas, por enquanto, não se visualiza impacto”.

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“Nos últimos anos, os produtores brasileiros têm investido na capacidade de plantio e isso também pode mitigar os impactos iniciais desse atraso das chuvas. Além disso, o manejo adequado pode reduzir eventuais problemas ao desenvolvimento pleno das lavouras de soja”, detalhou.

Para o milho verão e o algodão, “acompanhamos com atenção se haverá ou não impacto”.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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