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Concorrentes estão de olho em ativos da Kroton

09 maio 2017, 14:15 - atualizado em 05 nov 2017, 14:04

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Enquanto a fusão entre Kroton e Estácio espera o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), diversos grupos educacionais já estão de olho no conjunto de ativos que provavelmente terão de ser vendidos para que o tribunal antitruste aprove o negócio.

O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que pelo menos seis empresas já teriam procurado a Kroton para obter detalhes sobre o andamento das negociações com o órgão de defesa da concorrência. Todas essas companhias querem saber exatamente quais são as instituições que as empresas estão dispostas a vender para solucionar os problemas de concentração no mercado de ensino superior identificados pela Superintendência-Geral do Cade, que deu parecer contra a fusão.

Dos 118 municípios nos quais os dois grupos operam, há superposição entre eles em 17 cidades. Mas somente em oito delas haveria problemas de concentração como, por exemplo, o domínio de mais de 30% do mercado. Fontes que acompanham o processo relatam que a proposta da Kroton incluiria a venda de faculdades em apenas cinco dessas cidades, incluindo duas capitais. Nas outras três – todas elas capitais -, a empresa espera ter de adotar apenas medidas pontuais, como a limitação de matrículas em determinados cursos, para afastar os problemas concorrenciais.

Ativo da Estácio

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No entanto, além da venda de faculdades nos municípios onde a concentração é mais evidente, já é certo que o provável acordo com o Cade também incluirá a venda 100% do ensino à distância (EAD) da Estácio. Isso porque a Kroton já detém 37% do mercado nessa modalidade e chegaria a 46% com a Estácio. Já no mercado geral de ensino superior, a Kroton tem hoje 10% e iria a 17% com a fusão.

A ideia das empresas é vender esses ativos – presenciais e de ensino à distância – em uma única “embalagem”, o que tem atraído diversos concorrentes. Esse pacote a ser vendido, no entanto, pode ser maior do que o esperado por Kroton e Estácio, caso o remédio do Cade para a operação seja mais amargo.

Enquanto as empresas alegam que o custo com infraestrutura nos cursos presenciais é local – o que demandaria a venda de poucas faculdades -, dentro do próprio Cade também existem interpretações de que a fusão entre os grupos teria abrangência nacional, sobretudo pelo ganho de sinergia com o negócio, estimado em R$ 15 bilhões.

Grupos concorrentes da Kroton apostam nessa tese para tentar diminuir o poder resultante do negócio para a empresa. Procurada pela reportagem, a Kroton não quis se manifestar, pois espera o julgamento do caso pelo Cade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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(Por Eduardo Rodrigues)

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