Internacional

Confronto EUA-China sobre big data pode ter impacto por décadas

09 set 2020, 17:14 - atualizado em 09 set 2020, 17:14
dólar yuan eua china
Os mercados estão acordando para o risco de longo prazo (Imagem: Brave New Coin)

TikTok, WeChat e Huawei Technologies são apenas o começo. O que vem a seguir tem potencial para remodelar a economia global nas próximas décadas.

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As medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para impedir que algumas das maiores empresas chinesas acessem dados privados de americanos – restrições programadas para entrar em vigor neste mês – são parte de um esforço mais amplo para criar “redes limpas” que o Partido Comunista não pode tocar.

Essa iniciativa, que envolve várias frentes, como redes 5G, serviços em nuvem e cabos submarinos, já impacta acordos corporativos e a geopolítica, com países e empresas pressionados a escolher um lado.

Enquanto as medidas se intensificam no meio de uma campanha eleitoral, a questão de quais dados dos EUA podem ser acessados por empresas chinesas – se houver algum – atravessa linhas partidárias. Trump e seu rival, o democrata Joe Biden, tentam atrair eleitores frustrados com a pandemia de Covid-19 como o candidato “duro com a China”.

Os mercados estão acordando para o risco de longo prazo. A notícia de que a China planeja reformar a indústria doméstica de chips de computadores ajudou a desencadear a queda das ações na semana passada, que reduziu cerca de U$S 100 bilhões de um índice de peso que segue o setor de semicondutores.

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Os EUA agora discutem se devem restringir o acesso chinês a dados sobre tudo, desde geladeiras inteligentes a monitores de exercícios, decisões que, segundo líderes empresariais do Vale do Silício a Shenzhen, poderiam levar a uma dissociação de toda a economia global.

“Tudo isso é fundamentalmente um ataque à própria Internet”, disse Andrew Sullivan, presidente da Internet Society, que defende redes abertas no mundo todo. “Esta é uma tentativa de destruir toda a economia que cresceu em torno de aplicativos em rede.”

O bilionário de tecnologia chinês Jack Ma considera os dados mais importantes do que o petróleo na condução da economia do século 21. E a batalha pelo controle sobre dados ameaça dividir o mundo em campos concorrentes, especialmente porque a inteligência artificial e a “Internet das Coisas” implicam que produtos como torradeiras e calças de ioga transmitam dados.

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bloomberg@moneytimes.com.br