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Conheça a YPF, a Petrobras da Argentina que Milei quer privatizar; ações da empresa disparam 40%

20 nov 2023, 14:37 - atualizado em 20 nov 2023, 14:37
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A YPF, também conhecida como Yacimientos Petrolíferos Fiscales, foi criada pelo governo argentino em 1922; empresa está na mira de Milei. (Foto: Divulgação YPF/Facebook)

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, se classifica como um ultraliberal e anarcocapitalista. Isso significa que as empresas estatais podem estar com os dias contados, tanto que Milei já comentou que pretende privatizar as redes públicas de TV e rádio, além da petroleira YPF.

“A YPF primeiro precisa ser recomposta. Desde que o senhor [Axel] Kicillof [Governador da província de Buenos Aires e ex-Ministro da Economia] decidiu nacionalizá-la, a deterioração que foi feita à empresa em termos de resultados para que ela valha menos do que quando foi expropriada. Obviamente o que precisa ser feito primeiro é reconstruí-la”, declarou Milei nesta segunda-feira (20).

O novo presidente ainda destacou que está planejando uma transição para a questão energética e que as empresas YPF e Enarsa (outra petrolífera estatal argentina) têm um papel dentro desse plano, sem detalhar um cronograma para essa privatização.

“Desde que essas estruturas sejam racionalizadas, elas serão colocadas para criar valor para que possam ser vendidas de uma forma muito benéfica para os argentinos”, completa.

Após a fala de Milei, as ações de empresas argentinas listadas na Bolsa de Valores de Nova York, as famosas ADRs, dispararam. E a liderança está justamente com a YPF, que avança 39,66%, por volta das 14h20.

Vale lembrar que hoje é feriado na Argentina, logo o mercado local está fechado, assim como a cotação dos dólares oficiais. Ou seja, o mundo está avaliando a reação da vitória de Milei pelas movimentações que acontecem nos Estados Unidos.

YPF: Conheça a história da Petrobras da Argentina

A YPF, também conhecida como Yacimientos Petrolíferos Fiscales, foi criada pelo governo argentino em 1922 com o objetivo de explorar petróleo no país. A companhia também é dedicada à produção, refino e comercialização de petróleo, gás natural e seus derivados.

A empresa foi parcialmente privatizada no início dos anos 90, durante a presidência de Carlos Menem. No início, o Estado argentino detinha 20% das ações, enquanto 12% permaneceram com as províncias; já o setor privado detinha 46% do capital.

No final da década, 75% da YPF estava nas mãos do setor privado, quando foi vendida para a companhia espanhola Repsol.

No entanto, em 2012, a então presidente Cristina Kirchner aprovou a nacionalização de 51% da YPF, após críticas em relação à falta de investimento e a baixa produção da companhia.

No terceiro trimestre deste ano, a empresa registrou um Ebitda ajustado de US$ 926 milhões. Segundo o balanço, trata-se de um resultada 8% menor, causado pela queda nos preços locais dos combustíveis em dólares.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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