Brasil

Praia do Cassino: mitos, golpes, naufrágios e até a Nasa na faixa de areia mais longa do Brasil

08 nov 2025, 11:45 - atualizado em 07 nov 2025, 14:24
Conheça seis histórias sobre a praia brasileira que reivindica o título de faixa de areia mais longa do mundo

A Praia do Cassino, pode não ser a mais bonita do litoral brasileiro, mas certamente é uma das mais cheias de histórias, algumas dignas de filme. Localizada em Rio Grande (RS), a 334 km de Porto Alegre, o balneário recebe cerca de 150 mil turistas a cada verão. 

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O que a colocou no mapa foi o seu tamanho. Com mais de 200 quilômetros de extensão, a Praia do Cassino se autointitula a “praia mais longa do mundo”. Ao longo de toda a sua faixa de areia há inúmeras histórias.

Pensando nisso, separamos seis histórias marcantes do local, algumas verdadeiras, outras nem tanto.

Praia do Cassino no Guinness Book?

Com mais de 200 quilômetros de extensão, quem poderia duvidar que a Praia do Cassino foi listada no Guinness Book como a mais longa do planeta? Por mais que pareça uma história verídica, a menção da praia no Livro dos Recordes não passa de publicidade. 

O próprio Guinness nega ter registros dessa categoria. Além disso, encontramos uma edição digitalizada do Livro dos Recordes de 1994 e não há nenhuma menção à Praia do Cassino.

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Guinness Book – edição 1994 (Fonte: Internet Archive)

Mesmo assim, a praia é reconhecida oficialmente como a mais longa do mundo pelo site especializado em geografia, Word Atlas. Além disso, instituições como o ICMBio e a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) reconhecem sua faixa de areia contínua como a maior do Brasil.

Cassino x Hermenegildo: a rivalidade sem fronteiras

A Praia do Cassino tem uma concorrente bem no seu “quintal”, a Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, cidade vizinha. Não é de hoje que os moradores de ambas cidades disputam o título de praia mais longa do mundo. 

Entretanto, a competição é mais por uma questão de nome do que por praias diferentes de fato. Isso porque, na prática, as duas formam uma única e imensa faixa de areia que atravessa três municípios e muda de nome em cada um deles.

Assim, além de Cassino e Hermenegildo, ao chegar em Arroio Chuí, ponto mais ao sul do Brasil que faz divisa com o Uruguai, ela recebe o nome de Barra do Chuí.

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Farol Sarita e o golpe que separa as praias do Cassino e Hermenegildo

O Farol Sarita é a única maneira de saber onde termina a Praia do Cassino e onde começa a Praia do Hermenegildo. E é claro que o nome dado ao farol não foi por acaso.

No fim do século 19, o marinheiro italiano Cosmo Marasciulo encalhou propositalmente o navio Sarita nas imediações da Praia do Cassino. O comandante fez isso a mando da própria empresa dona da embarcação. 

Divulgação: Roca no Mundo
Divulgação: Roca no Mundo

À beira da falência, o prêmio do seguro do Sarita era a última cartada para salvar a companhia, que acabou dando certo. Depois disso, o comandante da embarcação acabou se estabelecendo na cidade de Rio Grande. 

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O episódio ficou tão famoso que, em 1952, o farol construído no local recebeu o nome do navio e segue iluminando marinheiros até hoje.

O encalhado Altair

Embora o encalhe mais famoso da Praia do Cassino tenha sido um golpe, a região é conhecida por sua difícil navegação. De acordo com as informações da Capitania dos Portos do Rio Grande do Sul, pelo menos 53 embarcações naufragaram na região entre 1776 e 2004.

Divulgação: TripAdvisor

O Navio Altair é um dos que não tiveram a mesma “sorte planejada” do Sarita. Em 1976, ele encalhou de verdade após enfrentar tempestades no litoral gaúcho.

A tripulação foi resgatada por botes de pescadores e sobreviveu, mas as 3 toneladas de trigo que iam para Natal (RN) afundaram no mar e o cargueiro virou atração turística.

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Até Nasa já passou pela Praia do Cassino

Circula pelas redes sociais que a criatividade dos brasileiros é digna de ser estudada pela Nasa, mas o que realmente atraiu a atenção do centro de pesquisas espaciais foi a Praia do Cassino.

Foto: Tibiriçá Freitas, Reprodução
Foto: Tibiriçá Freitas, Reprodução

Em 1966, cerca de 300 cientistas da Nasa estiveram em Rio Grande para estudar um eclipse solar. A Praia do Cassino foi escolhida por sua localização estratégica e virou base para o lançamento de 14 foguetes, um marco pouco conhecido da história brasileira.

A praia que não para

Apesar das histórias passadas serem emblemáticas, a Praia do Cassino segue ativa e desafiadora. Atualmente, além de praticantes de kite e windsurf, o local é palco da Cassino Ultra Race 230k, uma ultramaratona de até 460 km que testa os limites de atletas (e do bolso), com inscrições que chegam a R$ 3 mil.

Foto: Divulgação

Entre mitos, naufrágios e foguetes, a Praia do Cassino mostra que, mais do que longa, ela é inesgotável em histórias.

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