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Construção pode ser chave para economia deslanchar, diz economista-chefe do Itaú

17 set 2019, 12:25 - atualizado em 17 set 2019, 12:25
Para dar impulso à economia, a construção civil seria mais eficaz do que os investimentos em infraestrutura (Imagem: Elza Fiúza/Agência Brasil)

A construção civil pode ser a melhor alternativa para o governo induzir uma aceleração do ainda modesto crescimento econômico, segundo Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.

Investimentos em moradia têm forte impacto no mercado de trabalho e poderiam ajudar a reduzir o elevado nível de desemprego no país, que tem sido um dos obstáculos a uma melhora do sentimento do consumidor, disse Mesquita em entrevista no escritório da Bloomberg.

“Este segmento é o que pode talvez oferecer o maior upside para a atividade”, disse Mesquita. “Política monetária ajuda todas as atividades, mas talvez tenha maior impacto no setor imobiliário do que em outros setores, que enfrentam entraves.”

Para dar impulso à economia, a construção civil seria mais eficaz do que os investimentos em infraestrutura, que tendem a ser mais demorados por dependerem mais de regulação, inclusive a ambiental. As privatizações, também parte da agenda do governo, são importantes para melhorar a eficiência da economia mas não “viram a chave da noite para o dia” em termos de crescimento, disse.

Segundo Mesquita, que atuou no Banco Central entre 2006 e 2010, medidas para reduzir a burocracia e melhorar a regulação poderiam favorecer o setor imobiliário — a exemplo da decisão de permitir correção de contratos pelo IPCA. Mesquita adverte, porém, que o governo não deve incorrer em estímulos artificiais, devendo se concentrar em medidas pró-mercado.

Segundo o economista do Itaú, o crescimento lento da economia é a maior preocupação dos investidores em relação ao país. Além da incerteza gerada pela guerra comercial, ele cita o impacto da crise na Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil, que fez o Itaú reduzir a estimativa para a expansão do PIB deste ano de 1% para 0,8%. Mesquita estima que o efeito da crise no país vizinho neutralizou o impacto positivo com a liberação do FGTS.

“Estamos passando por um processo de desintoxicação estatal,” disse. “A economia não cresce tanto, mas crescimento não é artificial.”

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