Economia

Consumidor não vai se beneficiar da redução de 35% no IPI

22 jul 2022, 16:36 - atualizado em 22 jul 2022, 16:36
Industria
Além do dólar alto encarecer as peças importadas, o setor industrial ainda sofre com a crise de microchips que estourou no mercado no ano passado. (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

O Governo está tentando consolidar um corte de 35% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que vai afetar quase 4 mil produtos industriais que são feitos fora da Zona Franca de Manaus.

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No entanto, a medida não deve chegar ao bolso dos consumidores. De acordo com Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos, a medida vai ajudar as varejistas e montadoras, mas não é suficiente para competir com a alta nos custos. “A gente está vivendo um aumento sistêmico nos custos de produção e essa redução não deve chegar ao consumidor de imediato. E, se chegar, não vai ser integral.”

Vale lembrar que, além do dólar alto encarecer as peças importadas, o setor ainda sofre com a crise de microchips que estourou no mercado no ano passado. A produção de semicondutores foi interrompida por uma série de fatores e tragédias que aconteceram todas ao mesmo tempo: além da pandemia, rolou uma forte seca em Taiwan (um dos maiores produtores), incêndio em uma fábrica no Japão e a briga comercial entre China e Estados Unidos.

Além disso, o impacto da medida na inflação também deve ser mínimo. “Se tiver um alívio, é algo que só vamos ver nos dados de inflação de janeiro”, afirma Fabrizio Velloni, economista da Frente Corretora. “O processo logístico desses produtos de linha branca, montadora, é mais demorado. Leva de dois a três meses para receber novas peças. Então, não é um corte que vamos sentir esse ano”.

Outro problema é o risco fiscal. Anderson Antunes, assessor de investimentos na iHUB Investimentos, destaca que o corte de imposto, sem uma contrapartida governamental de corte de gastos, gera uma necessidade do governo em se endividar mais.

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“No curto prazo pode aliviar a inflação, mas no médio longo prazo isso pode significar uma Selic mais alta e por um intervalo maior, aumentando a dívida e a credibilidade do país em honrar seus compromissos”, completa.

Entenda o imbróglio

Em fevereiro, o governo promoveu um corte de 25% nas alíquotas de IPI, como medida de estímulo à economia. Em abril, o Ministério da Economia tentou ampliar a redução para 35%, mas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a ampliação a pedido do partido Solidariedade.

Acontece que a Zona Franca de Manaus recebe algumas isenções à sua produção e a diminuição no imposto “reduz drasticamente a vantagem comparativa do polo, ameaçando, assim, a própria persistência desse modelo econômico diferenciado constitucionalmente protegido”, segundo a decisão de Moraes.

O Ministério da Economia aponta que a suspensão poderia ter se limitado a apenas 60 produtos feitos na região. Por isso, agora o novo corte está sendo revisto.

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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