Consumidores da zona do euro cortam gastos e evitam produtos dos EUA, diz BCE

Os consumidores da zona do euro alteraram seus hábitos de consumo em antecipação às tarifas dos Estados Unidos, afastando-se de produtos americanos e reduzindo os gastos discricionários, revelou um estudo publicado pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta segunda-feira (22).
Sentados sobre uma poupança acumulada ao longo dos anos desde a pandemia, os consumidores da zona do euro têm sido cautelosos nas compras durante todo o ano, à medida que a incerteza em relação às tarifas mantém partes importantes da economia do bloco em compasso de espera.
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“Em resposta às preocupações relacionadas às tarifas, os consumidores estão alterando seus hábitos de consumo de maneiras significativas”, disse o BCE em um artigo do Boletim Econômico.
O BCE constatou que cerca de 26% dos entrevistados na pesquisa relataram ter deixado de comprar produtos dos Estados Unidos. Aproximadamente 16% indicaram ter reduzido seus gastos gerais.
“Famílias de alta renda são mais propensas a deixar de consumir produtos dos EUA, enquanto famílias de baixa renda tendem mais a reduzir seus gastos de forma geral”, afirmou o BCE, acrescentando que o nível de educação financeira também influenciou essas decisões.
Quase todos os cortes de gastos afetaram itens discricionários, enquanto os gastos com itens essenciais permaneceram em grande parte inalterados, acrescentou o BCE.
O BCE também observou que alguns consumidores ajustaram suas expectativas de inflação para cima, inclusive no longo prazo, o que sugere que o impacto percebido das tarifas sobre a inflação pode não ser inteiramente transitório.