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“Consumo de vingança” chegará ao Brasil, e Arezzo é a ação para se beneficiar disso

10 jun 2021, 12:07 - atualizado em 10 jun 2021, 12:07
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Olhando para o movimento no exterior, a XP Investimentos enxerga a demanda reprimida e o que ficou conhecido como “compra por vingança” como importantes gatilhos para os resultados da Arezzo (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

A XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da Arezzo (ARZZ3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 110 ao fim de 2021. Além de enxergar diversas vias de crescimento para a companhia, principalmente em novos mercados de atuação, a corretora vê o nome bem posicionado para se beneficiar da retomada do varejo.

“Acreditamos que a categoria de calçados foi duramente despriorizada em 2020, principalmente no que diz respeito a sapatos sociais/casuais (foco da Arezzo)”, afirmaram os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt, Gustavo Senday e Marcella Ungaretti, em relatório divulgado na terça-feira.

Olhando para o movimento no exterior, a XP enxerga a demanda reprimida e o que ficou conhecido como “compra por vingança” como importantes gatilhos para os resultados da Arezzo.

“Depois de um ano de reclusão social, o fenômeno onde os consumidores realizam compras para se satisfazer depois de um período pandêmico tão difícil foi apelidado de ‘compra por vingança’. A tendência já é observada em países com a vacinação contra a Covid-19 já avançada, como os EUA e Europa, e varejistas internacionais já reportaram forte crescimento de vendas no primeiro trimestre”, comentou a equipe de análise.

Novos mercados

A Arezzo é a líder de mercado em calçados, bolsas e acessórios. A companhia é reconhecida por seu bom histórico de inovação e portfólio diversificado. Por ano, ela cria mais de 11 mil modelos, com uma média de 40 dias entre o desenvolvimento e o lançamento do produto, que é reposto entre três e quatro semanas.

Agora, a Arezzo está mirando novos negócios, como calçados infantis, chinelos e vestuário feminino. Segundo a XP, esses segmentos representam um mercado endereçável adicional de R$ 30 bilhões. A corretora estima que essas novas categorias podem adicionar entre R$ 4,60 e R$ 21,50 à ação.

A XP defendeu que existe, além disso, muito potencial nas marcas Ana Capri, Vans e as novatas Alme e Fiever. A Reserva, adquirida no ano passado, destaca-se como o principal ativo para alavancar o crescimento orgânico da companhia.

“A Reserva não só opera em todos os segmentos (masculino com a marca Reserva, feminino com a eva e infantil com a mini), como também conta com uma comunicação e marketing inovadores (liderados principalmente por um de seus fundadores, Rony Meisler), que devem ser utilizados para alavancar as outras marcas da Arezzo”, disseram os analistas.

A Arezzo tem planos de usar sua expertise no segmento de calçados dentro da Reserva, o que, segundo a XP, deve alavancar as receitas da categoria de 12% para 30% no longo prazo.

Os analistas projetam um crescimento médio anual de lucro de 25% entre 2019 e 2025, baseado no crescimento orgânico da companhia.

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Líder de mercado em calçados, bolsas e acessórios, a Arezzo é reconhecida por seu bom histórico de inovação e portfólio diversificado (Imagem: Facebook/Arezzo)

M&As não estão fora da jogada

A Arezzo pode não ter ficado com a Hering (HGTX3), mas sua busca por novos ativos está longe de terminar.

A companhia continua analisando possibilidades de fusões e aquisições para reforçar sua entrada no mercado de roupas voltado ao público feminino ou adicionar produtos complementares ao seu portfólio, o que a XP enxerga como uma alavanca para acelerar a iniciativa de vestuário da varejista.

Na avaliação da corretora, a Arezzo deve focar em marcas pequenas e de nicho, como Live, Mixed e Shoulder. Marcas que podem fortalecer os serviços multicanal e digital da companhia, como Amaro, e de outros segmentos, como Track & Field (TFCO4), também são potenciais alvos.

Um ponto importante mencionado pela XP é que o Grupo Soma (SOMA3), que acabou ficando com a Hering, disse que não tem intenção de fazer novas aquisições no curto prazo. A notícia é positiva para a Arezzo, que deve enfrentar menos competição por oportunidades de M&A.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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