Tarifas do Trump

Contagem regressiva: Veja quais países já negociaram com os EUA e quais ainda esperam um acordo

28 jul 2025, 16:53 - atualizado em 28 jul 2025, 16:53
Tarifas de Donald Trump passam a valer em 1º de agosto
(Imagem: Montagem Money Times)

A última semana de julho começou em contagem regressiva. Nesta sexta-feira, 1º de agosto, encerra-se o prazo estabelecido pelo presidente Donald Trump para que países negociem isenções ou acordos bilaterais. Caso contrário, entram em vigor tarifas extras de até 50% sobre produtos exportados aos Estados Unidos.

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O Brasil está entre os países que ainda correm contra o tempo para evitar essa sobretaxa. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou na última semana que o governo brasileiro está buscando um canal de diálogo direto com Washington.

Durante agenda oficial, em São Paulo, Alckmin disse que a iniciativa anunciada pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump é “absolutamente inadequada”.

Apesar da tentativa de interlocução, nenhum acordo formal foi firmado até o momento, o que mantém o risco tarifário elevado para setores como eletrodomésticos, aço e autopeças. Segundo fontes da diplomacia brasileira, a estratégia do governo envolve mobilizar apoio interno nos EUA, junto a empresários e congressistas, para suavizar a pressão.

China também tenta um acordo

Outro gigante comercial que ainda não fechou acordo é a China.  A tensão com os EUA escalou rapidamente desde fevereiro, quando Trump anunciou uma tarifa de 10% sobre todos os produtos chineses. No início de abril, no que o presidente norte-americano chamou de “Dia da Libertação“, as tarifas chegaram a 54%.

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A resposta da China foi imediata: dois dias depois, anunciou uma tarifa retaliatória de 34% sobre produtos americanos. Em menos de uma semana, os EUA subiram suas tarifas contra a China para 125%, movimento que foi espelhado por Pequim, aplicando o mesmo percentual em retaliação.

Essa escalada foi temporariamente interrompida por um “cessar-fogo” comercial de 90 dias, anunciado em 14 de maio. Durante o período, ambos os países suspenderam novos aumentos tarifários e iniciaram negociações — inclusive com um telefonema entre Trump e Xi Jinping e reuniões em Londres.

Um possível avanço foi anunciado recentemente e os EUA deixariam de restringir vistos de estudantes chineses, enquanto a China concordaria em fornecer metais de terras raras a empresas americanas. No entanto, até o momento, não há definição sobre a manutenção ou retirada das tarifas atuais. A trégua comercial expira em 12 de agosto.

As principais autoridades econômicas dos Estados Unidos e da China retomaram as negociações em Estocolmo nesta segunda-feira (28) e até o momento não há decisões.

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Canadá e México ainda negociam

Canadá e México, parceiros tradicionais dos EUA no USMCA (o novo NAFTA, acordo de livre comércio EUA-México-Canadá), também estão na fila das negociações.

Assim como o Brasil, o Canadá também recebeu em julho uma carta de Donald Trump com a notificação de uma nova tarifa de 35% sobre produtos canadenses, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida amplia a guerra comercial entre os dois países.

Trump tem acusado publicamente o Canadá de agir de forma “injusta” no comércio bilateral e de ser leniente no combate ao tráfico de fentanil. Chegou até mesmo a fazer provocações sobre anexar o Canadá como o “51º Estado americano”, inclusive postando um mapa unificado em redes sociais.

Os EUA impuseram em março tarifas de 25% sobre exportações canadenses fora do USMCA e de 10% sobre produtos energéticos.

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Em resposta, o Canadá retaliou com mais tarifas. A nova tarifa de 35%, anunciada agora, não se aplica aos produtos cobertos pelo USMCA, que representa a maior parte do comércio entre os países — mas ainda assim representa uma escalada política relevante.

O México, por sua vez, tem buscado preservar a estabilidade do USMCA, mas foi avisado de que produtos eletrônicos, peças automotivas e fertilizantes podem ser afetados pela nova rodada tarifária se um acordo bilateral não for fechado até sexta-feira. A diplomacia mexicana tem pressionado por exceções setoriais, sem sucesso até agora.

Além de Brasil, China, Canadá e México, outros países seguem sem acordo com Washington. Entre eles estão: Taiwan, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Turquia, etc.

Segundo, Trump, a Casa Branca pretende finalizar os acordos pendentes até a data limite.

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Quem já fechou acordo com os EUA

Por outro lado, alguns parceiros estratégicos conseguiram antecipar suas tratativas e já estão fora da lista vermelha de tarifas mais pesadas. Até agora, Japão, Reino Unido, União Europeia, Indonésia, Filipinas e Vietnã firmaram acordos com os Estados Unidos, garantindo acordos das medidas punitivas.

Na negociação com a União Europeia, a tarifa de importação imposta pelos EUA caiu de 30% para 15%. Em contrapartida, o bloco se comprometeu a investir US$ 600 bilhões nos EUA e a direcionar US$ 750 bilhões para o setor de energia. Para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o pacto irá “reequilibrar o comércio entre as partes”.

Com o Japão, o corte da tarifa de 25% para 15% foi anunciado por Trump em sua rede Truth Social. O país asiático prometeu investir US$ 550 bilhões nos EUA e abrir seu mercado para produtos agrícolas e automotivos americanos. Contudo, aço e alumínio japoneses seguem com taxa de 25%.

A Indonésia também entrou na lista, comprometendo-se a eliminar 99% das barreiras tarifárias para produtos dos EUA, enquanto os americanos reduzirão suas tarifas de 32% para 19%. O país ainda comprará US$ 15 bilhões em produtos americanos nos próximos dois anos.

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Nas tratativas com as Filipinas, ficou definido que os produtos filipinos serão taxados em 19%, abaixo da média anterior (entre 25% e 50%). Em troca, os produtos americanos terão isenção total de tarifas, além de reforço no compromisso militar bilateral.

O acordo com o Vietnã baixou a tarifa sobre produtos vietnamitas de 46% para 20%, e estabeleceu uma taxa de 40% para itens triangulados por outros países via Vietnã. Em troca, os EUA terão acesso total ao mercado vietnamita, e produtos americanos não serão taxados.

O primeiro acordo tarifário do novo mandato de Trump foi firmado com o Reino Unido, ainda em maio. Ficou acordada uma tarifa base de 10% sobre produtos britânicos, com isenção total para itens aeroespaciais dentro de cotas. Em contrapartida, os britânicos reduziram de 5,1% para 1,8% a tarifa média sobre bens dos EUA, além de adotar simplificação aduaneira para exportações americanas.

*Com informações da Reuters e BBC

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.

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