AgroForum 2025: como foi o evento do BTG Pactual sobre o agronegócio? Confira os melhores momentos

Na quarta-feira (13), foi realizado o AgroForum 2025, evento promovido pelo BTG Pactual, o maior Banco de Investimentos da América Latina, com foco nas tendências capazes de influenciar o futuro do agronegócio.
O evento reuniu CEOs de grandes empresas e autoridades governamentais para discutir assuntos estratégicos do agro brasileiro e foi transmitido de forma gratuita e online, estruturado em seis painéis que abordaram os seguintes temas:
- Agronegócio no radar dos investidores: desafios, estratégias e geração de valor;
- Unindo forças pelo agro: diálogo entre governadores brasileiros;
- Setor sucroenergético: perspectivas, desafios e caminhos para o crescimento;
- Cenário macroeconômico: política econômica, mercado e a força do agro;
- Futuro da avicultura: eficiência, sustentabilidade e expansão;
- Soja: produzir, competir, exportar e desafios do cenário brasileiro.
O saldo foram discussões de alto nível e insights importantes para gestores, analistas, economistas e, é claro, os investidores. A seguir, selecionamos os melhores momentos de cada um dos painéis listados acima:
O agronegócio no radar dos investidores
No painel mediado por Fabio Nazari, sócio do BTG, Daniel Gushi (CFO da FS Bioenergia), Edison Ticle (CFO da Minerva Foods) e Odivan Cargnin (CFO e RI da Irani Papel e Embalagem S.A) abordaram desafios do agronegócio, o que está no radar e estratégias que geram valor para empresas e investidores.
Com destaque para o crescente protagonismo do investidor pessoa física, a conversa reforçou a importância de as companhias participarem de eventos e ações estratégicas para compreender como e por que o agronegócio está cada vez mais no centro das atenções do mercado e de que forma potencializar esse cenário.
Assim, o CFO da FS Bioenergia iniciou a conversa destacando a rápida ascensão da companhia no etanol de milho, alcançando quase R$ 11 bilhões em receita e R$ 3 bilhões em Ebitda em menos de uma década. Sem abrir capital, FS Bioenergia adota práticas de companhia listada, com transparência e divulgação regular de resultados, aproveitando tanto o mercado local (CRA, CRI) quanto o internacional (bonds sem garantia) para financiar novas plantas.
Já a Irani, listada desde 1977, ganhou visibilidade após o “re-IPO” em 2020, dobrando seu valor de mercado. O CFO da companhia explicou que ela aposta em uma base crescente de investidores pessoa física e no modelo de negócios de impacto, com ênfase em economia circular, emissões 100% green bonds e forte presença no agronegócio por meio de embalagens para alimentos.
Por fim, o CFO da Minerva Foods abordou dois pontos centrais para investidores: o impacto do “tarifaço” de 50% imposto pelos EUA e o ciclo pecuário. Nesse sentido, ele explicou que a diversificação geográfica mitiga riscos comerciais, enquanto mudanças estruturais na pecuária brasileira sustentam a oferta estável.
O debate mostrou que, apesar das diferenças setoriais, há um ponto em comum: o uso estratégico do mercado de capitais como alavanca para expansão e fortalecimento das operações no agronegócio brasileiro.
Assista ao painel completo no vídeo abaixo:
Unindo forças pelo agro: um diálogo entre governadores
Já no painel mediado por Mansueto Almeida (economista-chefe do BTG), Carlos Massa Ratinho Junior (Governador do Paraná), Eduardo Leite (Governador do Rio Grande do Sul), Ronaldo Caiado (Governador de Goiás) e Tarcísio de Freitas (Governador de São Paulo) compartilham experiências de reformas, cortes de gastos, investimentos em programas sociais e ações de planejamento.
Durante o painel, houve consenso entre os governadores de que o ajuste fiscal não é inimigo dos programas sociais ou do investimento público, mas sim um pré-requisito para seu sucesso. Eles defenderam que uma gestão fiscal responsável liberta recursos para investimentos em infraestrutura e políticas sociais. As principais lições de seus governos incluíram:
- Reformas abrangentes: Todos os governadores mencionaram reformas administrativas, previdenciárias e tributárias para reduzir o peso da máquina pública. Eduardo Leite destacou a reforma previdenciária e a extinção de benefícios automáticos por tempo de serviço. Tarcísio de Freitas mencionou a redução de cargos e empresas estatais.
- Privatizações e concessões: Os governadores exemplificaram como a venda de estatais e a concessão de serviços públicos atraíram investimentos. A privatização da Copel no Paraná (Ratinho Junior) e da Sabesp em São Paulo (Tarcísio de Freitas) foram citadas como exemplos de sucesso, resultando em aumento de investimentos e melhoria dos serviços.
- Melhora da capacidade de investimento: O resultado direto dessas medidas foi a melhora significativa nas finanças estaduais. Eduardo Leite relatou que elevou a taxa de investimento do Rio Grande do Sul de 2% para 10%. Tarcísio de Freitas reportou um orçamento de R$ 45 bilhões para investimentos em São Paulo, e Ratinho Junior mencionou R$ 17 bilhões em caixa no Paraná para investimentos.
- Críticas à gestão federal: Os governadores também expressaram críticas à política econômica e à governança do governo federal. Eles apontaram para o crescimento do gasto público, o aumento da arrecadação sem um ajuste fiscal correspondente e a falta de um plano de governo claro.
Apesar das críticas, os governadores mantiveram uma visão otimista para o futuro do Brasil. Eles acreditam que o país tem potencial de se tornar o “supermercado do mundo”, líder em energia limpa e polo de terras raras, mas que isso depende de uma liderança que seja capaz de implementar as reformas necessárias.
Assista ao painel completo no vídeo abaixo:
Setor sucroenergético: Perspectivas, desafios e caminhos para o crescimento
No painel sobre setor sucroenergético, com a moderação de Graziela Auada, (sócia do BTG), Bruno Serapião (CEO da Atvos), Fabiano Zilo (Conselheiro da Zilor) e Felipe Vicchiato (CFO do Grupo São Martinho) discutiram a certificação do etanol, biometano, bioeletricidade, economia circular, crédito de carbono, inovação genética e os impactos climáticos na produção.
Os participantes concordaram que o Brasil não apenas está preparado, mas já lidera a transição energética global. O etanol brasileiro, tanto de cana quanto de milho, foi destacado como o biocombustível mais eficiente e com a menor pegada de carbono do mundo. As conquistas do setor incluem:
- Economia circular: O setor sucroenergético tem uma abordagem circular, utilizando subprodutos como o bagaço e a vinhaça para gerar bioeletricidade e biometano, substituindo o diesel na própria frota das usinas.
- Certificações globais: O etanol brasileiro foi certificado por órgãos internacionais como o ICAO (aviação) e a IMO (transporte marítimo) como um combustível alternativo viável e de baixa emissão de carbono, abrindo portas para novos mercados como o SAF (Combustível Sustentável de Aviação).
- Demanda crescente: A demanda por etanol está em alta. Bruno Serapião, da CEO da Atvos, mencionou o Japão como um exemplo, onde um novo mandato de mistura de combustíveis pode quase dobrar a demanda por etanol.
Quando questionados sobre as apostas para o futuro, os líderes apontaram para a diversificação e a inovação tecnológica. Nesse sentido, Felipe Vicchiato destacou o crescimento das usinas de etanol de milho, especialmente as co-localizadas com as de cana. Essa sinergia permite usar o bagaço da cana como fonte de energia, tornando o processo mais eficiente e competitivo.
Bruno Serapião também ressaltou o uso de inteligência artificial e satélites para otimizar o manejo agrícola e mitigar riscos climáticos.
No entanto, as principais ameaças apontadas pelos participantes do painel são a concorrência e a falta de apoio político. Eles destacaram a necessidade de uma “diplomacia do etanol” robusta, com o Ministério das Relações Exteriores apoiando o setor no exterior para competir com o petróleo e países como os Estados Unidos.
A mensagem foi de que o setor sucroenergético brasileiro tem as ferramentas e a tecnologia para se tornar um protagonista global na descarbonização. O desafio, é construir um caminho de crescimento com estratégia comercial e política consistente.
Assista ao painel completo no vídeo abaixo:
Cenário macroeconômico: política econômica, mercado e a força do agronegócio
No painel sobre o cenário macroeconômico, André Esteves (chairman e sócio sênior do BTG Pactual), e Mansueto Almeida (economista-chefe do banco), analisaram os principais fatores que influenciam a economia brasileira, incluindo câmbio, política fiscal e monetária, taxa de juros e o cenário internacional.
A recente valorização do real frente ao dólar foi atribuída a uma fraqueza global da moeda americana, não a uma melhora interna do Brasil. Esteves explicou que a desvalorização do dólar foi um movimento atípico impulsionado por uma percepção de insegurança e imprevisibilidade na política externa dos EUA.
Mansueto complementou, mencionando que a retaliação tarifária do Brasil, embora politicamente motivada, não tem um impacto macroeconômico significativo, mas pode ser um erro estratégico. O Brasil, que tem um déficit comercial com os EUA, não ganha ao escalar tensões, mas deve adotar uma postura construtiva e negociadora para evitar prejuízos a setores específicos da economia.
Além disso, ambos os executivos notaram a resiliência inesperada da economia brasileira, que tem crescido acima das expectativas nos últimos quatro anos, mesmo com juros historicamente altos. Esteves e Mansueto creditaram esse crescimento a um conjunto de reformas estruturais feitas na última década, como:
- Abertura e concessões: A concessão de aeroportos, o novo marco regulatório do saneamento e o crescimento do mercado de capitais privado diversificaram as fontes de investimento, antes excessivamente dependentes de bancos públicos como o BNDES.
- Relevância do agronegócio: O agronegócio foi destacado como o motor da produtividade e do crescimento do Brasil. Esteves desmistificou a ideia de que o setor é rudimentar, descrevendo-o como altamente tecnológico e profissional. Ele reforçou que o Brasil está posicionado para suprir 80% do aumento da demanda global por alimentos nos próximos 20 anos.
- Sustentabilidade no agro: A lenda de que o sucesso do agronegócio está ligado à destruição da Amazônia foi refutada. Os produtores brasileiros, especialmente os maiores, são líderes em políticas de sustentabilidade e rastreamento para atender às exigências de mercados internacionais, o que prova o engajamento do setor com a pauta ambiental.
Apesar dos pontos positivos, a questão fiscal permanece como o maior desafio. Esteves e Mansueto diagnosticaram que a alta taxa de juros é resultado da descoordenação entre uma política fiscal expansionista e uma política monetária restritiva. Para que os juros caiam de forma sustentável, é fundamental que o governo federal demonstre um plano claro e crível para conter o crescimento dos gastos.
Assista ao painel completo no vídeo abaixo:
O futuro da avicultura: eficiência, sustentabilidade e expansão
Neste painel, com mediação de Thiago Duarte (sócio do BTG), Gerson Müller (CEO e acionista da Vibra Foods), João Campos (CEO da Seara) e Rafael Tortola (CEO da GTF) abordaram fatores como biossegurança, competitividade, valor agregado, consumo global de proteína de frango e desafios ligados à produção de grãos.
Os painelistas explicaram que o Brasil se consolidou como um líder mundial na exportação de frango, com 4 em cada 10 quilos consumidos por países importadores vindos do Brasil. Essa ascensão é resultado de uma combinação de fatores:
- Qualidade e biosseguridade: A severidade de surtos de gripe aviária no Hemisfério Norte e na Ásia abriu caminho para o Brasil, que mantém altos níveis de biosseguridade. O setor demonstrou resiliência ao lidar com o primeiro caso de gripe aviária em rebanho comercial de forma rápida, usando um modelo de regionalização para evitar o fechamento total do país para as exportações.
- Verticalização e tecnologia: O modelo de integração vertical das empresas brasileiras, com pequenos produtores rurais cuidando das granjas, foi apontado como um diferencial competitivo.
- Inovação e adaptabilidade: A indústria se adapta a diferentes insumos, utilizando o DDG (subproduto do etanol de milho) para a ração e investindo em tecnologia para automatizar processos, o que reduz a dependência de mão de obra e aumenta a eficiência. O setor também se destaca na capacidade de produzir uma vasta gama de produtos, atendendo às exigências de mais de 170 países.
Apesar do sucesso, o setor enfrenta obstáculos, especialmente em um cenário de pleno emprego, o que gera pressão por mão de obra, e novas dinâmicas no mercado de grãos, com o crescimento do etanol de milho, que compete com a indústria avícola.
Ainda assim, a visão final dos líderes é de otimismo. Eles veem um potencial de crescimento significativo, especialmente em mercados emergentes como a África e a Índia. A indústria brasileira de frango é descrita como sustentável e com capital humano de alta qualidade, pronto para continuar inovando e garantindo sua liderança no mercado global.
Assista ao painel completo no vídeo abaixo:
Soja: produzir, competir, exportar e desafios do cenário brasileiro
Por fim, no painel mediado por Marco Vianna (sócio do BTG Pactual), Airton Galinari (Presidente-executivo da Coamo Agroindustrial), André Guillaumon (CEO da BrasilAgro) e Volney Aquino Santos (CEO do Fazendão Agronegócio) debateram sobre a soja brasileira e o seu posicionamento da fazenda ao mercado global, desafios logísticos, volatilidade, tensões geopolíticas, pressão de custos, e a busca por novas oportunidades de crescimento.
Os painelistas destacaram a importância da gestão de custos e da resiliência para enfrentar a alta volatilidade de preços e a instabilidade geopolítica. André Guilmon ressaltou que a agricultura brasileira tem sido favorecida pelo câmbio desvalorizado, mas o cenário futuro pode mudar.
A incerteza sobre a taxa de câmbio e alta taxa de juros tornam o reinvestimento na produção mais complexo, exigindo cautela e planejamento. Nesse sentido, Airton Galinari explicou o papel da cooperativa em proteger os pequenos produtores.
- A Coamo oferece planos de aquisição de insumos e contratos futuros que garantem a rentabilidade, mesmo com flutuações de mercado.
- Os juros altos tornam o armazenamento de grãos financeiramente inviável para o produtor individual, reforçando a importância de grandes cooperativas com capacidade de estocagem.
- A infraestrutura logística do Brasil é um gargalo, sobretudo para produtores distantes dos portos. Os participantes discutiram como a industrialização e novos investimentos em logística são a solução para esse desafio.
Ainda assim, os painelistas expressaram otimismo com o futuro do agronegócio brasileiro. Eles concordaram que a industrialização não é uma ameaça, mas uma mudança estrutural que traz estabilidade e previsibilidade. A indústria brasileira tem capacidade e competência para seguir crescendo. Assim, a industrialização e a diversificação de rotas logísticas são pilares para sustentar a expansão e garantir competitividade no longo prazo.
Assista ao painel completo no vídeo abaixo:
Invista no agronegócio com o BTG Pactual
Você acabou de conferir os melhores momentos do AgroForum 2025, evento organizado pelo BTG Pactual. Agora, se você quiser estar posicionado para “surfar” em todo o potencial apontado para o agronegócio, aqui vai uma boa notícia.
O BTG, maior Banco de Investimentos da América Latina, oferece diversas opções de investimento em ativos do agronegócio para os investidores, como:
- Ações de empresas do agronegócio;
- LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio);
- CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio);
- Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais);
- E muito mais.
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