Entenda o Mercado de Balcão (OTC) e saiba como negociar altos volumes de criptomoedas de forma rápida e segura

Você já se perguntou como eram feitas as operações de compra e venda de ativos, antes da existência da internet e dos home brokers? Pode parecer um mundo muito distante, mas, há pouco tempo atrás, as pessoas precisavam ir até os balcões das corretoras e dos bancos para realizar as suas negociações. Daí o nome mercado de balcão ou over-the-counter (OTC), em inglês.

A internet veio e revolucionou tudo isso. Hoje, você pode investir em ações, criptomoedas e fundos em poucos cliques, pelo celular, sentado no sofá da sua casa ou no seu horário de almoço do trabalho. No entanto, o mercado de balcão ainda existe e é uma das opções disponíveis para quem quer negociar grande volume de ativos fora do livro de ofertas da Bolsa de Valores.

A diferença é que, agora, assim como com as outras operações financeiras, os investidores também podem negociar no mercado de balcão pela internet.

O que é o Mercado de Balcão (OTC)?

O Mercado de Balcão, também conhecido como mesas OTC, é um espaço de negociação de títulos de valores mobiliários e operações que não têm registro na Bolsa.

Na prática, é uma forma das empresas menores acessarem capital sem precisar  realizar IPO e de investidores movimentarem grandes volumes com mais privacidade, já que as transações em OTC não aparecem no livro de ofertas das corretoras.

Diferente do que ocorre na Bolsa, em que as empresas precisam oferecer comprovantes de boa governança corporativa, apresentar demonstrativos financeiros auditados e manter uma central de relacionamento com investidores, no OTC, as companhias têm menos exigências para angariar recursos.

Apesar da regulação do OTC ser mais branda,  as instituições que pretendem fazer esse tipo de operação ainda precisam ser autorizadas pelo Banco Central, pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e pela própria B3.

No mercado de balcão organizado, as operações precisam ser registradas na SOMA FIX (Sociedade Operadora de Mercado de Ativos), enquanto que no não-organizado não há nenhum tipo de obrigatoriedade de registro.

Podem operar nesse mercado as corretoras, gestoras e os bancos de investimento. Portanto, os investidores que pretendem operar em mesas OTC precisam contar com esses intermediários, já que não é possível negociar na pessoa física.

Vantagens e desvantagens

Entre as vantagens do mercado de balcão estão a facilidade e o dinamismo com o qual os investidores conseguem movimentar grandes volumes. Isso ocorre porque as operações não precisam ser “quebradas” em pequenas ordens, como ocorre na Bolsa.

Além disso, a autorregulação e a menor quantidade de burocracia faz com que seja mais acessível para as empresas e os projetos de menor porte conseguirem o aporte de investidores.

Outro benefício para quem negocia ativos via mesas OTC é a possibilidade de fazer operações sob medida, inclusive recebendo descontos por comprar pacotes volumosos de ativos.

No entanto, é preciso ter cautela ao operar neste mercado, já que, devido à regulamentação mais branda, há menos transparência nas negociações. É possível, inclusive, que investidores façam compras e vendas em sigilo ‒ algo que é proibido na Bolsa.

Qual o papel do Mercado de Balcão no mercado financeiro? E na negociação de criptomoedas?

Como já explicado anteriormente, o mercado de balcão é uma alternativa à Bolsa para negociação de ativos, sendo especialmente interessante para quem quer movimentar grandes volumes.

As mesas OTC, que antes estavam restritas ao mercado financeiro “tradicional”, também passaram a ser uma opção para negociar criptoativos. Para os grandes investidores institucionais de criptomoedas, as chamadas “baleias”, o mercado de balcão se prova extremamente vantajoso pelo fato de haver descontos por volume.

Essa prática é muito comum principalmente com o Bitcoin (BTC). Um a reportagem da Reuters revela que cerca de US$ 100 milhões são movimentados diariamente em mesas OTC, sendo que o tamanho dos recibos de negociações de balcão de Bitcoins variam de US$ 75 mil a 250 mil, mas podem atingir centenas de milhões de dólares. Tudo isso sem precisar registrar as operações nos livros de ofertas das exchanges.

Essas movimentações, mesmo que não registradas formalmente, não deixam de influenciar o mercado de criptomoedas. A compra de cripto por investidores de grande porte, como bancos, escritórios familiares (family offices) e empresas, contribui amplamente para a adoção institucional e a aceitação desse tipo de ativo no universo financeiro.

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