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Negócio milionário com Hidrovias do Brasil (HBSA3) não convence analista, que recomenda compra de concorrente da Ultrapar (UGPA3)

26 mar 2024, 18:00 - atualizado em 26 mar 2024, 13:55
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Veja por que Ruy Hungria, da Empiricus Research, ainda mantém os dois papéis fora de suas recomendações (Imagem: Reprodução/LinkedIn Hidrovias do Brasil)

Um negócio milionário ficou entre as manchetes do noticiário neste início de semana. Acontece que a Ultrapar (UGPA3) anunciou, no último domingo (24), a compra de 16,88% de participação na transportadora logística Hidrovias do Brasil (HBSA3) por R$ 510 milhões. 

A Ultrapar informou que já detém ações que representam 4,99% do capital social da Hidrovias. Somadas às ações da transação, a participação total da companhia será de 21,87% do capital social.

O negócio ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser finalizado. Mas, nesta segunda (25), já gerou reações positivas no mercado. 

As ações da Hidrovias do Brasil (HBSA3) fecharam o pregão a R$ 4,09, uma alta expressiva de 14,89% ao longo do dia. Já os papéis UGPA3, da Ultrapar, sofreram uma leve alta de 0,04%, fechando a R$ 27,81. 

Mas será que essa reação no preço das ações faz sentido? Esse negócio é realmente positivo para as companhias e pode fazer os papéis decolarem na Bolsa? 

Veja abaixo a opinião do analista de ações Ruy Hungria, que atua pela Empiricus Research (empresa do grupo BTG Pactual), acerca da transação.

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Entenda melhor o negócio milionário entre Ultrapar e Hidrovias do Brasil

Ruy Hungria analisou o negócio milionário durante sua participação no programa Giro do Mercado da última segunda-feira (25). Por questões estratégicas, a Ultrapar não vai abrir o jogo sobre todos os motivos por trás da transação. 

“A companhia já vinha anunciando o desejo de estar mais exposta ao agronegócio, e a Hidrovias é uma das principais companhias do setor logístico que são responsáveis pelo escoamento dos grãos produzidos no Brasil, principalmente na região do Mato Grosso”, explicou.

Com essa participação maior na Hidrovias, a Ultrapar acaba ganhando uma exposição ao segmento agro de maneira mais direta.

Além disso, existe a chance de uma possível integração de soluções com a Ultracargo, um braço logístico da Ultrapar.

Ruy também destacou o momento de valuation propício para o negócio. “A Hidrovias vem passando por um momento operacional difícil nos últimos anos, com alguns ‘soluços’ principalmente por conta do clima. Talvez a Ultrapar esteja aproveitando esse mal momento para aumentar a participação na companhia”, disse.

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‘Uma sinalização boa’ para Hidrovias do Brasil

Por tudo isso, Hungria acredita que ainda é cedo para avaliar se a operação será vantajosa para ambas as companhias. 

“Apesar de exposta a uma região muito importante do agro brasileiro, o modelo de negócio da Hidrovias depende muito das condições climáticas, e com os eventos tão extremos que temos visto, fica difícil cravar que daqui pra frente vai ficar tudo bem e a operação vai voltar a rodar ‘bonitinho’. Mas, se o clima ajudar, vai ser um negócio interessante para a Ultrapar.” 

Já pelo lado da Hidrovias, o analista lembra que, antes do aporte, fundos de private equity eram os principais acionistas. “Esse é um tipo de investimento que tem sempre data de validade, porque a função do private equity é investir em empresas em estágios iniciais e, em estado maduro, vender a participação”, explica.

Por isso, o investidor sempre fica com a “pulga atrás da orelha” porque uma hora o private equity vai ter que sair, e esse é um desinvestimento relevante que pode pressionar as ações, causando desequilíbrio nos preços. 

“Essa entrada da Ultrapar ajuda nessa avaliação do mercado: está saindo um investidor que todo mundo já aguardava sair, e entrando alguém que tem maior chance de dar conta do recado. É uma sinalização boa.”

Ultrapar (UGPA3): não seria melhor distribuir dividendos?

É comum que, nesses momentos, muitos investidores se perguntem: não seria melhor “gastar” esse dinheiro distribuindo dividendos, aos acionistas, ao invés de concluir uma transação como essa?

Segundo Ruy Hungria, a decisão de alocação de capital é sempre a mais importante de qualquer companhia. 

“Entendemos que, na visão dos gestores, a Ultrapar poderá extrair desse investimento em Hidrovias um retorno muito maior, e mais vantajoso ao acionista, do que ele conseguiria recebendo em dividendos e investindo em Tesouro Selic, por exemplo. Mas, se isso é verdade, só o tempo poderá dizer”, afirma o analista.

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Saiba se é hora de comprar os papéis da Hidrovias do Brasil (HBSA3)

Mas, afinal, depois de toda essa avaliação do negócio entre  Ultrapar (UGPA3) e Hidrovias do Brasil (HBSA3), o analista recomenda ou não a compra das ações?

Em uma visão geral, Ruy Hungria diz que gosta das duas companhias. Hidrovias tem um modelo de negócio interessante, em sua visão, sendo a maior do Brasil no setor de transporte hidroviário e estando exposta a um setor que é historicamente muito forte no Brasil – o agronegócio. 

“Só que ela tem sido muito afetada pelo clima e, hoje, tem um valuation que não embute tanto desconto, ainda mais levando em conta esse risco climático”, conta. Por isso, o analista não recomenda a compra do papel agora

Mas e Ultrapar (UGPA3)?

A dona da Rede Ipiranga vem acertando as operações e melhorando seu desempenho nos últimos anos, segundo Ruy. Só que as ações já subiram mais de 100% nos últimos 12 meses, o que a deixou cara demais, na opinião do analista. 

Por isso, ele acredita que uma outra companhia brasileira, principal concorrente de Ultrapar (UGPA3), tem mais valor a ser extraído pelo acionista. 

Essa outra ação representa um dos maiores conglomerados de infraestrutura e energia do Brasil, e que também tem participações em modais logísticos e exposição ao setor do agronegócio. 

Essa concorrente da Ultrapar tem 15% de participação na carteira com 10 ações recomendadas pela Empiricus Research para comprar agora. Trata-se de uma das grandes “apostas” da casa de análise no momento, com:

  • Um processo de desalavancagem que deve ganhar força em 2024;
  • Uma demanda resiliente e avenidas de crescimento para as empresas do conglomerado;
  • E que, em termos de valuation, negocia com um desconto excessivo, na visão dos analistas.

Neste ano, o papel dessa companhia de energia registra uma queda de 16%, o que pode representar uma grande janela de oportunidade de entrada no papel. 

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Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) e redatora dos portais Seu Dinheiro, Money Times e Empiricus. Já foi repórter do Metro Jornal SP e colaborou para Casa Vogue, além de ter experiência em comunicação corporativa e assessoria de imprensa.
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (ECA-USP) e redatora dos portais Seu Dinheiro, Money Times e Empiricus. Já foi repórter do Metro Jornal SP e colaborou para Casa Vogue, além de ter experiência em comunicação corporativa e assessoria de imprensa.