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Tarifas de Trump ‘ofuscam’ semana de Copom: Felipe Miranda, da Empiricus, analisa o que está em jogo para a economia brasileira

03 ago 2025, 8:00 - atualizado em 01 ago 2025, 11:25
Felipe Miranda, CEO da Empiricus copom selic juros 21 junho 2023
(Imagem: Empiricus/Divulgação)

Conforme o esperado, o Copom optou por manter a taxa Selic em 15% ao ano na reunião da última quarta-feira (30). Enquanto isso, o que realmente capturou as atenções do mercado nesta semana foi a troca de “farpas” comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus Research, foi convidado do Giro do Mercado Especial do Copom, programa do Money Times, para discutir os dois assuntos – e o que esperar de seu desfecho daqui para a frente. 

Clique no vídeo abaixo para assistir ao episódio na íntegra:

A seguir, trouxemos as principais ideias apresentadas por Felipe Miranda durante sua participação no programa.

Em dia de Copom, tarifas de Donald Trump ganharam os holofotes

Miranda lembra que a decisão pela manutenção da taxa básica de juros já era, de fato, amplamente esperada. “O Copom se amarrou quando colocou, na última reunião, que o juro ficaria alto por um período bastante prolongado”, disse. 

As diferenças, ainda que sutis, ficaram por conta do comunicado do Banco Central, que destacou o aumento da incerteza no exterior – fruto dos imbróglios comerciais.

E foram justamente as novidades sobre as tensões entre EUA e Brasil que, em dia de Super Quarta, atraíram os holofotes. 

O novo decreto assinado por Donald Trump confirmou as tarifas de 50% sobre as importações brasileiras, mas suavizou o impacto ao isentar uma longa lista de produtos. Além disso, o prazo para as taxas entrarem em vigor foram adiadas em sete dias, para a próxima quarta-feira (6)

Para Miranda, a situação melhorou em relação ao que era esperado. “A tarifa entra em vigor daqui a sete dias e tem um prazo negocial até lá. Mais do que isso, a lista de isenções é imensa. Com todas essas exceções, tem um impacto muito menor. De relevante mesmo, basicamente só não ficaram isentos a carne e o café”, avaliou Miranda.

O mercado pareceu ter a mesma opinião do estrategista-chefe da Empiricus: no momento em que Trump fez o anúncio, por volta das 15h da última quarta-feira (30), o Ibovespa saiu do campo negativo e engatou recuperação para fechar o dia em alta de 0,95%.

“Parece mais uma preocupação [dos EUA] em punir pessoas, com a Lei Magnitsky sobre o Alexandre de Moraes. Assim, os EUA mantém a retórica de que está taxando o Brasil em 50%, mas libera um monte de produtos”, completa.

Como posicionar seus investimentos em cenário de ‘tarifaço’ e Selic em 15%?

Miranda lembra que diversas ações sofreram impactos severos com as tarifas, ainda que não sejam excessivamente prejudicadas por elas. 

“Tiveram várias ações caindo 10%, 15%, e muitas abriram oportunidades. Excelentes empresas brasileiras, como BTG Pactual [BPAC11], Equatorial [EQTL3], Itaú [ITUB4] e Suzano [SUZB3] foram mais castigadas do que deveriam”, disse o analista.

“Obviamente, o investidor tem que ser seletivo, saber que tem muita volatilidade, muita incerteza, e que o horizonte temporal deve ser estendido”, completou.

Além disso, a Selic em 15% ao ano deve ser aproveitada pelos investidores, recomenda Miranda. “É bastante coisa e compõe capital ao longo do tempo em uma velocidade muito interessante”.

O que esperar para as próximas reuniões do Copom em 2025?

Com a incerteza tarifária, o Copom mostrou cautela no comunicado. Para Miranda, o comitê sinalizou que as duas próximas reuniões, em setembro e em novembro, serão parecidas com a última.

Apesar disso, as percepções sobre a inflação, tanto nos EUA quanto no Brasil, estão melhores. Isso pode fazer com que o Fed decida pelo corte de juros em breve e abra espaço para que o mesmo seja feito no Brasil – que ainda precisa endereçar outros desafios.

“Uma das condições necessárias para o Banco Central cortar os juros é que o Fed o faça primeiro, mas só isso não é suficiente. Vamos precisar ver a expectativa de inflação convergindo, a atividade desacelerando e o câmbio bem comportado. Mas acredito que pode acontecer”, afirma Miranda.

O analista lembra que, apesar das indicações mais duras do BC sobre a Selic, a autarquia pode reduzir a Selic antes do esperado.

“O Copom está querendo nos indicar que vai cortar a Selic só no ano que vem. Mas as coisas são dinâmicas. Ele tem uma orientação um pouco mais dovish, historicamente sempre teve. Mesmo com uma inflação acima da meta, acho que podemos ter corte de juros no final deste ano. Mas estamos dependendo da evolução dos dados até lá”, conclui.

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Jornalista no mercado financeiro desde 2022. Pós-graduanda em Economia, Investimentos e Banking pela Universidade de São Paulo (ESALQ-USP). Escreve para os portais Seu Dinheiro e Money Times, e já passou por casas como Itaú BBA e XP.
anna.zeferino@empiricus.com.br
Jornalista no mercado financeiro desde 2022. Pós-graduanda em Economia, Investimentos e Banking pela Universidade de São Paulo (ESALQ-USP). Escreve para os portais Seu Dinheiro e Money Times, e já passou por casas como Itaú BBA e XP.
Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Já trabalhou para o Money Times, Seu Dinheiro e Jornal da PUC, além de colaborar no UOL e Projeto #Colabora. Atualmente é Produtor de Conteúdo na Empiricus.
juan.rey@empiricus.com.br
Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Já trabalhou para o Money Times, Seu Dinheiro e Jornal da PUC, além de colaborar no UOL e Projeto #Colabora. Atualmente é Produtor de Conteúdo na Empiricus.

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