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Taxação do aço chinês frustra expectativas do mercado e ações de siderúrgicas caem – mas isso não é ‘o fim do mundo’

29 abr 2024, 10:00 - atualizado em 29 abr 2024, 17:11
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Para analista, outros fatores podem afetar positivamente desempenho das siderúrgicas; entenda o que considerar (Imagem: Canva/Montagem: Fernanda Lopes)

Depois de meses de pressão do setor siderúrgico brasileiro, o governo finalmente aprovou a taxação do aço chinês.

A “briga” entre as siderúrgicas nacionais e as empresas chinesas do mesmo setor tem origem no subsídio que o governo chinês concede às fabricantes de aço, no intuito de manter a economia aquecida.

Como consequência, o aço chinês que chega no Brasil é negociado a preços bastante competitivos — o que, é claro, prejudica a indústria nacional.

Então, a sobretaxa do aço pode até parecer uma vitória num primeiro momento – mas a verdade é que a decisão não é tão importante assim para as empresas nacionais do ramo.

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Entenda a decisão do governo

É isso que diz o analista Henrique Cavalcante, da Empiricus Research. Ele comentou o anúncio da taxação em entrevista ao programa Giro do Mercado do último dia 24.

O problema começa quando percebemos que a taxação recairá sobre um número bastante reduzido de produtos siderúrgicos – apenas 11, de um total de mais de 200 produtos.

Além disso, Henrique explica que a tarifa só será de 25% quando uma cota de exportação for alcançada. O limite estabelecido foi de 30% acima da média de importação dos produtos entre 2020 e 2022.

“O governo implementou essa taxa, só que sobre o que exceder um volume que é bastante alto”, comentou o analista. “E isso vale somente para alguns produtos.” 

Então, na prática, os efeitos da taxação serão pequenos. “A minha visão em relação a essa medida é que ela vai ter um impacto somente marginal no resultado das siderúrgicas brasileiras”, afirma Henrique. 

O próprio mercado não se animou muito diante da decisão “tímida” do governo. As ações de diversas siderúrgicas nacionais caíram imediatamente após o anúncio da taxação.

“Em relação ao que o mercado estava esperando, a taxação não atendeu as expectativas. O mercado acreditava que viria alguma coisa mais forte, que fosse beneficiar os resultados, e não foi isso que aconteceu.”

Taxação do aço chinês é ‘fichinha’ perto de outros fatores

Mas isso não significa que “acabou o jogo” para as siderúrgicas nacionais. 

Isso porque, embora a taxação tenha frustrado as expectativas do mercado, ela não é o fator mais importante na hora de determinar se uma ação vale o investimento, segundo o analista.

Para ele, uma companhia de fundamentos sólidos e gestão competente é plenamente capaz de se manter navegando mesmo em águas turbulentas. 

E, nesse caso, uma queda no preço das ações pode até mesmo significar uma oportunidade de compra.

Pensando nisso, Henrique Cavalcante comenta o caso da Gerdau (GGBR4), que vem tomando decisões importantes capazes de refletir positivamente a rentabilidade da companhia. Como, por exemplo, o ajuste do tamanho da sua operação no Brasil.

Além disso, a siderúrgica deve mais de 50% de seu resultado operacional à sua operação nos EUA, o que é positivo durante o cenário nacional atribulado.

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Formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência como pesquisadora e redatora.
Formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência como pesquisadora e redatora.