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Uma gaúcha em meio a gigantes: como a Razor pretende crescer 20 vezes até 2026 e ampliar sua atuação no segmento de workstations

19 maio 2022, 13:00 - atualizado em 19 maio 2022, 8:33
Fundadores da Razor Computadores olham para uma máquina
Focada no público corporativo, a empresa gaúcha realizou uma rodada de financiamento coletivo; os R$ 5 milhões captados serão utilizados para otimizar prazos e produzir notebooks de alta performance (Imagem: Razor/Divulgação)

A competição é uma característica intrínseca de todos os mercados. Mas quem decide ingressar no segmento de tecnologia enfrenta um desafio a mais, já que os competidores são empresas como HP, Dell, Apple e Lenovo. Foi nesse mar cheio de “peixes grandes” que a empresa gaúcha Razor resolveu mergulhar de cabeça, com um diferencial claro: a venda de computadores profissionais (workstations) sob medida.

Diferente dos desktops tradicionais, as chamadas workstations são máquinas especialmente desenvolvidas para propósitos de trabalho, com alta capacidade de processamento e hardware preparado para rodar programas pesados, como Photoshop, Autocad e Premiere.

A empresa, que inicialmente era uma assistência técnica, tem em sua fundação uma característica parecida com as big techs: ela também surgiu em uma garagem. Não no Vale do Silício, mas na interiorana Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, na casa de Grégory Reichert (ou melhor, na casa dos seus pais, já que fundou a empresa com apenas 19 anos).

A assistência evoluiu para um e-commerce e, depois, para uma empresa de computadores, impulsionada pela demanda dos clientes: muitos deles queriam comprar equipamentos, mas não sabiam quais componentes eram melhores para cada função.

Foi montando máquinas personalizadas para o uso profissional e oferecendo uma experiência personalizada de venda consultiva que a Razor se diferenciou de outras gigantes de tecnologia, conquistando espaço nas áreas de arquitetura, engenharia, indústria criativa, pesquisa e desenvolvimento e manufatura.

Os especialistas da empresa primeiro buscam entender quais são as necessidades do cliente para, depois, montar a workstation mais adequada.

O tíquete médio de cada máquina fica entre R$ 20 e R$ 30 mil, mas podem chegar até a R$ 290 mil ou até mais, dependendo da demanda.  A título de comparação: uma máquina produzida na Razor que custa em torno de 30 mil reais é equivalente a equipamentos similares de grandes marcas americanas que chegam a custar R$ 80 mil aqui no Brasil.

Na carteira de clientes, estão empresas como Petrobras, Itaú, Infraero, Globo, Samsung, General Eletric e instituições de pesquisa, como USP e UFRJ.

Fundada em 2014, a empresa gaúcha carrega um histórico digno de startups gringas bem-sucedidas: desde 2019, ela tem dobrado seu faturamento anual e foi avaliada em R$ 52 milhões, com apenas seis anos de existência.

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Entregas mais rápidas e notebooks de alta potência: conheça os planos da Razor

Agora, a Razor quer expandir seu portfólio para o segmento de notebooks e reduzir o tempo de entrega dos equipamentos. Para isso, a empresa decidiu fazer um financiamento coletivo com o objetivo de angariar R$ 5 milhões, pela plataforma Kria ‒ uma das maiores captações via crowdfunding do Brasil e uma das mais relevantes no setor de tecnologia e hardware.

Os motivos de terem optado por uma plataforma de crowdfunding têm muito mais a ver com a  modus operandi dos fundos de venture capital do que qualquer outra coisa. A maioria prefere investir em novos projetos de software do que em negócios como o de hardware, que precisam lidar com logística, estoques, produção e outras variáveis que fogem do escopo dos fundos de VC. “Esse mercado de hardware é visto com um certo preconceito, principalmente no Brasil”, diz Reichert.

“O investidor acha que para fazer um computador, é preciso máquinas caríssimas, quando na verdade o que a gente faz se chama integração, que consiste em montar o computador, com todas as peças prontas. A gente encaixa tudo e entrega o produto final, exatamente da mesma forma como fazem a HP e a Lenovo”, explica.

Com o dinheiro captado pelo financiamento coletivo, que conseguiu até mesmo superar a meta previamente estipulada, a empresa gaúcha pretende acelerar seu ritmo de produção e entregar as workstations mais rapidamente. Por ser um produto feito sob medida, o prazo médio é de 84 dias, o que acaba impactando diretamente nos negócios.

Mesmo com esse desafio de tempo, a Razor conseguiu um feito notável: de 2020 para 2021, seu faturamento mais que dobrou, indo de R$ 10 milhões para R$ 22 milhões.

Até mesmo a crise de semicondutores ocasionada pela pandemia, que impactou tanto o setor de tecnologia quanto a indústria automotiva, acabou sendo uma oportunidade para a empresa. “Enquanto uns choram, outros vendem lenços”, brinca Reichert.

Isso porque o prazo de entrega das workstations de marcas gringas também aumentou, fazendo com que os consumidores passassem a considerar mais a opção nacional da Razor.

Já a aposta no segmento de notebooks vem para tentar surfar em uma tendência do mercado brasileiro. Dados do IDC Brasil mostram que 86% das vendas de computadores no Brasil, no começo de 2021, foram de notebooks.

Com foco em estudantes e profissionais autônomos, que precisam de maior mobilidade de seus equipamentos para trabalharem em lugares diversos, a Razor busca ampliar seu mercado de atuação e oferecer soluções de alta qualidade também para esses dispositivos de menor porte.

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Para quem investiu na Razor através do financiamento coletivo, os planos ambiciosos da empresa apresentam um cenário promissor.

“Nossa expectativa é que as pessoas que investiram via financiamento coletivo tenham um exit [saída, que representa a realização de lucro] em, no máximo, 3 ou 4 anos e o nosso objetivo até 2026 é crescer quase 20 vezes. Mas mesmo se chegarmos na metade, ainda seria um retorno muito grande, de 10 vezes o investimento”, conclui Grégory Reichert.

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Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens antes de entrar no mercado financeiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.
maria.nogueira@empiricus.com.br
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital na ESPM. Trabalhou com comunicação institucional e jornalismo de viagens antes de entrar no mercado financeiro. Está sempre disponível para falar sobre inovação, livros e cultura pop.

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