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Vale (VALE3) após balanço ‘decepcionante’ do 2T22: é hora de comprar ou vender?

29 jul 2022, 16:00 - atualizado em 29 jul 2022, 16:32
Vale VALE3 na gangorra entre compra ou venda
Queda no lucro líquido, nas vendas e no Ebitda refletem queda do minério de ferro e do cobre, mas dividendos permanecem robustos para a Vale (Imagem: Freepik/Montagem: Julia Shikota)

O balanço da mineradora brasileira Vale é sempre um dos mais esperados do mercado e não é de se estranhar porque: VALE3 é a ação mais negociada do Ibovespa e tem um histórico consistente de distribuição de dividendos.

Nesse trimestre, a empresa anunciou novamente um pagamento “gordo” para seus acionistas, tanto na forma de dividendos como de JCP (juros sobre capital próprio), mas não deixou de decepcionar o mercado com seus resultados.

A companhia reportou lucro líquido 49,7% menor que o mesmo período do ano passado (2T21) e Ebitda ajustado (indicador de geração de caixa) ainda pior: foram 53,1% de queda na comparação. A receita líquida de vendas também não escapou e recuou 32,44% para US$ 11,1 bilhões.

Segundo a própria Vale, o balanço mais fraco reflete a queda do minério de ferro e do cobre no mercado internacional. O minério de ferro, que negociava a aproximadamente US$ 150 dólares a tonelada no primeiro trimestre, agora está na casa dos US$ 110.

A empresa ainda tem gastos com as indenizações de Brumadinho e outros custos relacionados à descaracterização de barragens, que subiram de US$ 185 milhões no 2T21 para US$ 280 milhões no 2T22. Além dos custos operacionais que aumentaram em 15,5%, envolvendo despesas com pesquisa e desenvolvimento.

Entretanto, apesar dos resultados ruins, uma “pontinha” de esperança veio com os proventos: serão pagos R$ 3,57 por ação, reforçando a imagem de boa pagadora da Vale.

Além disso, merece destaque o programa de recompra de 500 milhões de ações, que já está 23% concluído e reitera o alinhamento da companhia em promover maior valor aos acionistas.

O que resta para o investidor, então, é a clássica dúvida: VALE3 deve entrar ou sair do portfólio? A empresa trouxe resultados decepcionantes, mas ainda assim mostrou resiliência com a geração de lucro e pagamentos para os acionistas.

Quem dá a resposta para essa pergunta é o analista especializado em bolsa brasileira, Fernando Ferrer. Você pode conferir o “veredito” sobre Vale no relatório completamente gratuito produzido por ele e disponibilizado pela corretora Vitreo como cortesia para os leitores do Money Times.

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O que impacta os resultados de Vale?

Cá entre nós, a Vale não é a única companhia listada em bolsa que está enfrentando desafios nos últimos meses. Na verdade, em comparação com fintechs e outras empresas de tecnologia, a mineradora está até bem.

Mas os riscos de recessão econômica, a queda do minério de ferro e a possibilidade de uma crise imobiliária na China não podem ser ignorados.

As commodities metálicas, que são o forte da Vale, estão diretamente ligadas a imóveis e bens de consumo de valor mais elevado (automóveis e eletrodomésticos, por exemplo). E esses são setores que se sentem mais ameaçados pela escalada inflacionária e iminente recessão. Afinal, em momentos de crise, investir em um novo imóvel, uma geladeira ou um carro cai na lista de prioridades de gastos.

O minério de ferro já começou a sentir o “gostinho” dessa desaceleração, o que está afetando os resultados da companhia, como o próprio balanço do 2T22 já mostra.

Por sua vez, a China e as tensões no setor imobiliário afetam a Vale porque o país asiático é o principal “cliente” da mineradora e exporta grandes quantidades de minério de ferro para a produção de aço, essencial na construção de imóveis.

Desde o caso do calote da Evergrande, uma das maiores empresas imobiliárias do país, os compradores de imóveis estão desconfiados e duvidosos em relação à entrega de suas casas e apartamentos ‒ alguns, inclusive, já estão em atraso.

Por esse motivo, muitos declararam “greve” e pararam de pagar seus financiamentos, gerando uma crise de liquidez nos pequenos bancos e desacelerando o mercado imobiliário do país.

CHINA EM ‘CRISE’, QUEDA DO MINÉRIO DE FERRO E RISCO DE RECESSÃO: É HORA DE VENDER VALE3?

Quais são os pontos positivos para a mineradora?

Ao mesmo tempo, o negócio da Vale não está completamente refém da desvalorização de seu principal produto de exportação: o objetivo da empresa é se desfazer de operações em outras commodities para focar no minério de ferro.

Ao maximizar a qualidade, a companhia tende a sofrer menos impacto das variações do preço da commodity.

Sobre o caso da China, também é possível ver uma “luz no final do túnel”: o governo tem se mobilizado para evitar que as tensões no mercado imobiliário se tornem uma nova crise do subprime, como ocorreu nos Estados Unidos em 2008.

O pacote de infraestrutura de US$ 120 bilhões anunciado pelo país asiático em junho também pode “destravar” bastante valor para a multinacional brasileira.

Além disso, o valuation da companhia é um outro ponto que não deve ser ignorado. Atualmente, a Vale negocia a 2,6 vezes Ebitda e com um dividend yield (taxa de pagamento de dividendos) projetado acima de 20% para o ano.

Seu programa de recompra de ações mostra que a própria Vale também está aproveitando o valuation barato e “investindo em si mesma”, o que demonstra confiança para os potenciais investidores.

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Micro supera o macro na ação VALE3? Descubra

Como uma empresa que tem seus negócios centrados em commodities, a Vale sempre ficará sujeita às variações nas cotações desses produtos. Tentar prever o preço a que uma determinada commodity será negociada é uma tarefa perdida.

Mas, segundo o analista Fernando Ferrer, “isso não significa que investir em companhias comoditizadas seja ruim ou gere resultados aquém do esperado”.

O importante é que o investidor avalie se os fundamentos microeconômicos (ou seja, da própria Vale) predominam sobre os macroeconômicos, tornando a ação menos “refém” do cenário macro.

Neste relatório gratuito, você pode conferir a análise completa sobre a ação VALE3 e entender se ela merece integrar sua carteira de investimentos.

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Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduanda na ESPM. É coordenadora de marketing do Seu Dinheiro e do Money Times. Entrou para o mercado financeiro inesperadamente e está sempre disponível para falar sobre inovação, criatividade e cultura pop.
Jornalista formada pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduanda na ESPM. É coordenadora de marketing do Seu Dinheiro e do Money Times. Entrou para o mercado financeiro inesperadamente e está sempre disponível para falar sobre inovação, criatividade e cultura pop.