Contra tarifas de Trump, Brasil deve apostar em crédito e impulsionar mercado interno, diz secretário de Haddad

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta sexta-feira (8) que, entre as medidas de contingência para setores afetados pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos (EUA), estão políticas de crédito e ações para facilitar a colocação de produtos no mercado interno.
No Fórum Jota, Mello destacou que a maior preocupação frente à tarifação é setorial, já que empresas mais dependentes das exportações para os norte-americanos tendem a sofrer um impacto maior.
Os pacotes de apoio foram elaborados sob medida, com foco nesses casos, e terão “o menor impacto fiscal possível”.
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Ele explicou que os setores demandam mais crédito competitivo e que a contingência não precisa ser necessariamente de incentivo fiscal. “Pode ter impacto (fiscal), mas é bastante contido”, disse Mello.
O secretário afirmou que a preocupação do governo com o impacto macroeconômico da tarifa sobre produtos brasileiros é menor. Isso porque a relação comercial entre os países não é de dependência, além de levar em conta as exclusões anunciadas pelo governo norte-americano.
Vale destacar que cerca de 700 itens de exportação foram retiradas da lista de produtos taxados pelos EUA. Entre eles, estão suco de laranja, fertilizantes e aeronaves.
O potencial impacto macroeconômico no país, segundo Mello, deve ser “contido”.
Ele acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá escolher quais medidas serão validadas. Segundo o secretário, “é importante ter uma caixa de ferramentas”, mas isso não significa que todas vão ser utilizadas.