Agronegócio

Cooabriel faz 1ª exportação direta de café conilon e vê maiores vendas em 2020

03 set 2020, 17:47 - atualizado em 03 set 2020, 17:47
café
O café conilon é mais intenso e tem mais cafeína que o arábica, a principal variedade produzida no Brasil (Imagem:REUTERS/José Roberto Gomes)

A maior cooperativa de produtores de café conilon do Brasil, a Cooabriel, realizou nos últimos dois meses as primeiras exportações diretas do produto, sem o intermédio de tradings, e vê um mercado crescente em 2020 que lhe permite esperar vendas totais maiores, superando as expectativas do ano, disse um executivo nesta quinta-feira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A cooperativa, com sede em São Gabriel da Palha (ES), ainda continuará realizando a maior parte das exportações por meio de tradings, que continuarão absorvendo os maiores volumes.

Mas a criação um Departamento de Exportação na instituição indica a aposta em vendas diretas que podem garantir mais margem e valor aos cooperados, revelou o gerente corporativo de mercado da Cooabriel, Edimilson Calegari, em entrevista à Reuters.

“A gente sempre exportou indiretamente, oferecemos muito café pronto para embarque para as tradings Olam, Volcafé, Dreyfus…, mas essa foi a primeira feita diretamente”, afirmou Calegari.

Segundo ele, a cooperativa contratou um especialista em comércio exterior e tem feito contatos com torrefadores for a do país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os primeiros negócios diretos envolveram o volume de 120 toneladas (2 mil sacas de 60 kg) de café tipo 6 peneira 13 acima, que é o padrão para exportação com excelente qualidade, segundo a cooperativa.

O destino foi os Estados Unidos.

Do total negociado por ano pela Cooabriel, as exportações respondem por entre 30% e 40%, com o mercado interno absorvendo a maior parte dos volumes, contudo.

Ele explicou que a cooperativa está se organizando para fazer vendas diretas agora porque no passado as exportações do conilon eram menos intensas, dependendo da disponibilidade.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Abria uma janela esporadicamente, e as tradings aproveitavam para negociar. Só que a produção foi aumentando no Brasil e o consumo interno não conseguiu absorver”, afirmou.

As exportações brasileiras de café robusta, também chamado conilon, atingiram 2,58 milhões de sacas no acumulado do ano de janeiro a julho, alta de 15% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Cecafé, o conselho dos exportadores do país.

O café conilon é mais intenso e tem mais cafeína que o arábica, a principal variedade produzida no Brasil.

O produto é utilizado em “blends” pela indústria de torrefação e também para a produção de solúvel.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além da maior disponibilidade, o gerente da cooperativa citou o câmbio, que muitas vezes deixou neste ano o produto do Brasil tão competitivo quanto o do Vietnã, o maior produtor global de café robusta.

“O câmbio está ajudando, a nossa moeda teve uma desvalorização maior que a do Vietnã, o nosso principal concorrente. Conseguimos vender pelo mesmo preço que o Vietnã vende, mas em real conseguimos transformar isso em valor maior”, destacou.

Uma safra menor neste ano no Espírito Santo, maior produtor brasileiro de conilon, sustentou os preços e ajudou a disparar vendas dos produtores, acrescentou Calegari.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Maiores Vendas

A Cooabriel, com atuação no Espírito Santo e Bahia, registrou uma queda de quase 15% nas entregas do produto em 2020 na comparação com 2019, citando anteriormente uma quebra da safra capixaba.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas o mercado aquecido deve fazer as vendas da cooperativa, incluindo no mercado interno, aumentarem em 2020, relatou o executivo, citando ainda que a pandemia acabou resultando em uma colheita mais lenta, mas de grãos maduros em sua maioria, o que beneficiou a qualidade.

“Ano passado, recebemos 1,67 milhão de sacas e comercializamos 1,5 milhão. Este ano, recebemos 1,45 milhão e comercializamos até o momento 1 milhão, devido ao aumento dos preços, com o produtor vendendo…”, afirmou ele.

“Viramos o ano com 700 mil sacas em estoques, juntando com o recebimento, vai dar mais de 2 milhões de sacas, por isso que falo que pode comercializar mais”, frisou.

A meta inicial para o ano era comercializar 1,4 milhão de sacas, acrescentou o gerente.

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.