Cooxupé não crê que EUA deixarão de comprar café do Brasil, mas vê opções na Ásia

A Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do Brasil e também a maior exportadora de café do país, não crê que os Estados Unidos deixarão de comprar café brasileiro, diante de uma tarifa de 50% imposta pelo governo do presidente Donald Trump.
Para o presidente da cooperativa, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, é “questão de tempo” para se encontrar uma solução para as tarifas.
Até porque, segundo ele, o prejuízo seria maior para os Estados Unidos, os maiores consumidores globais, que não cultivam café em escala.
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“Posso dizer que o prejuízo deles é maior do que o nosso, o impacto para consumidores e torrefadores é maior”, disse Melo, citando que a Starbucks é uma importante importadora do café brasileiro.
Durante evento da cooperativa sobre cenários climáticos para a próxima safra, transmitido pela Internet, o presidente da Cooxupé lembrou que cerca de um terço da importação total de café dos EUA tem origem no Brasil, um volume de mais de 8 milhões de sacas de 60 kg.
E das 8 milhões de sacas importadas ao ano pelos EUA do Brasil, disse ele, um volume entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de sacas é exportado pela Cooxupé.
Melo afirmou que isso é “muito relevante” e que a cooperativa tem feito contato com importadores dos EUA buscando uma solução, mas destacou que há alternativas em momento em que o consumo de café é crescente na Ásia.
“Se (a tarifa) atrapalhar, estamos tomando providências, temos pessoas que irão não só à China, à Ásia, porque o mercado é crescente para colocar café lá, mas não deixaremos de fornecer café para os EUA”, acrescentou.
Ele lembrou que o setor tem feito seu papel de negociar com agentes nos EUA que poderiam sensibilizar o governo norte-americano, mas admitiu que “o tarifaço é questão mais política do que técnica”.
Já o superintendente comercial da Cooxupé, Luiz Fernando dos Reis, ressaltou que quem paga a tarifa é quem importa. “Quem vai pagar é o nosso cliente lá fora”, disse ele.