Economia

COP30 avança entre progressos e obstáculos: veja o que está em jogo na cúpula do clima

15 nov 2025, 16:08 - atualizado em 15 nov 2025, 16:08
Plenária Geral dos Líderes Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP 30. Imagem: Antonio Scorza/COP30

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) segue em Belém, reunindo representantes de 194 países na tentativa de fechar consensos sobre como enfrentar a crise climática.  O foco principal é concluir textos e possíveis acordos que tratem de financiamento, adaptação e metas de redução de gases responsáveis pelo aquecimento global.

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No centro das discussões está a definição de 100 indicadores globais de adaptação — um instrumento para medir se os países estão avançando em resiliência climática. Após a primeira semana, alguns trechos seguem travados, enquanto outros evoluem de forma mais harmoniosa.

Financiamento climático: o maior impasse da COP30

O tema mais sensível é o financiamento. Pelo Artigo 9.1 do Acordo de Paris, países desenvolvidos devem apoiar financeiramente as ações climáticas de nações em desenvolvimento.

Na COP29, o montante anual foi definido em US$ 300 bilhões — valor considerado insuficiente por países mais pobres e especialistas. Para acelerar a agenda, a presidência da COP30 propôs mobilizar até US$ 1,3 trilhão por ano. Ainda assim, não há clareza se um compromisso dessa magnitude será aceito.

Mitigação: metas ainda distantes do necessário

Outro ponto crítico são as metas de redução de emissões, as NDCs. O consenso atual é visto como tímido. Cientistas estimam que seria preciso reduzir 5% das emissões anualmente, começando já. Em vez disso, as emissões globais podem aumentar 1% neste ano em comparação com 2024.

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Nesse ritmo, o limite de 1,5ºC ficará fora de alcance, e o mundo poderá ultrapassar facilmente os 2ºC — cenário classificado como altamente perigoso.

O cientista sueco Johan Rockström, do Instituto Potsdam, alertou na conferência que a transição para longe dos combustíveis fósseis é urgente, já que eles respondem por 75% das emissões que aquecem o planeta.

Adaptação: risco de adiamento preocupa países vulneráveis

A Meta Global de Adaptação (GGA), que busca fortalecer a capacidade dos países de lidar com eventos climáticos extremos, também enfrenta resistência. O Grupo Africano, que reúne 54 países, defendeu adiar a decisão final para 2027.

Nações como o Brasil — marcado recentemente por desastres extremos no Sul — e observadores internacionais temem que um adiamento paralise investimentos e deixe países vulneráveis ainda mais expostos.

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Onde há avanços: transição energética e florestas

Apesar das tensões, a COP30 registra movimentos positivos, principalmente na pauta dos combustíveis fósseis.

Uma nova coalizão de países surgiu para apoiar um roteiro de transição energética. Até o momento, 23 nações aderiram informalmente ao compromisso de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis — entre elas Reino Unido, Alemanha, União Europeia e Colômbia.

Embora o desafio seja transformar esse impulso em decisões concretas, participantes veem progresso nas discussões sobre preservação de florestas tropicais e na elaboração de caminhos para a transição energética.

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