Futebol

Copa do Mundo: Onde estão os jogadores da China? 

09 nov 2022, 15:16 - atualizado em 09 nov 2022, 15:16
Bandeira da China sobre os anéis olímpicos na Torre Olímpica em Pequim
China compete frente a frente com os EUA no ranking geral de medalhas nos Jogos Olímpicos, mas na Copa do Mundo futuro do futebol chinês é sombrio (Imagem: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Política e esportes são temas inseparáveis. A China, no entanto, ainda é um retardatário quando o assunto é futebol. O gigante asiático é um dos grandes ausentes da edição deste ano da Copa do Mundo, que acontece no Catar a partir do próximo dia 20.

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Em relatório especial, o BCA Research lembra que ainda nos anos 1950, o líder revolucionário Mao Tsé Tung tinha como objetivo desenvolver atletas chineses que pudessem competir contra o Ocidente em eventos internacionais. “A estratégia era para mostrar a crescente força nacional do país”, comenta o estrategista-chefe Marko Papic.

Sete décadas depois, assim como nas arenas geopolíticas e econômicas, a China compete frente a frente com os Estados Unidos no ranking geral de medalhas nos Jogos Olímpicos. Porém nos gramados e com a bola em campo, o país asiático ainda deixa a desejar. 

“A falta de conquistas da seleção chinesa é surpreendente, considerando a estatura da nação em outros esportes”, comenta o estrategista. Nem mesmo a classificação da China para uma Copa do Mundo parece provável no futuro próximo. Quanto mais, então, vencer o torneio.

Copa do Mundo e o sonho chinês

Trata-se de um sonho do atual líder chinês. O presidente Xi Jinping é um conhecido fã de futebol e, em 2011, disse a repórteres que tinha três sonhos para o esporte na China: sediar a Copa do Mundo, conseguir a classificação e vencer o torneio – tudo em  2022!

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“Embora o primeiro objetivo possa se materializar nas próximas décadas, o futuro do futebol chinês é sombrio”, avalia Papic. No entanto, o estrategista observa que não foi por falta de tentativa. 

Em 2016, a China lançou um plano de médio prazo para se tornar uma superpotência do futebol até 2035. “Incentivado pelo Partido Comunista, o setor privado chinês gastou enormes recursos tentando tornar o futebol chinês tão competitivo quanto às principais ligas europeias”, lembra a consultoria canadense. 

À época, as equipes da Superliga Chinesa (CSL) começaram a atrair treinadores estrangeiros e jogadores de calibre internacional, oferecendo altos salários. No entanto, as coisas mudaram nos últimos anos. Muitos dos melhores jogadores estrangeiros foram embora e alguns tradicionais clubes de futebol do país ficaram com problemas financeiros

O estrategista do BCA Research explica que essa mudança reflete o objetivo do presidente Xi de reafirmar o controle estatal sobre a economia, reduzir a desigualdade de renda e sanar a alavancagem financeira que tornou o setor empresarial chinês o mais endividado do planeta. “O futebol não ficou imune à ‘Prosperidade Comum’ do presidente Xi”, diz.

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Ele se refere ao conceito trazido ao centro do palco pelo líder chinês no ano passado, quando a China procurou renovar o modelo de crescimento econômico fomentando a demanda doméstica e a alta tecnologia. Grosso modo, o termo refere-se a um programa abrangente do governo, que visa promover a igualdade socioeconômica. 

“Para o presidente Xi, a queda da liga chinesa é um sinal de advertência sobre como tentar curar os excessos da economia chinesa pode comprometer as ambições globais do próprio país”, conclui Papic. Portanto, o esquema investimento excessivo e prosperidade comum na China pode ser decepcionante não apenas no futebol.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
olivia.bulla@moneytimes.com.br
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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