Economia

Copom deve manter Selic em 15% e afastar novas altas, mas descartará cortes no curto prazo, diz XP

16 set 2025, 16:03 - atualizado em 16 set 2025, 16:03
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Decisão do Copom sai amanhã (17), por volta das 18h30. (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a Selic em 15% ao ano na decisão de quarta-feira (17), além de retirar a possibilidade de novas altas, afirmam o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, e sua equipe. Os diretores também devem reforçar que não consideram flexibilizações da taxa no curto prazo.

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Os especialistas da casa afirmam que a melhora recente do cenário inflacionário e a desaceleração da atividade econômica brasileira abrem espaço para a retirada da ameaça de retomar o ciclo de aperto monetário.

Desde quando o Comitê afirmou que “não hesitaria em retomar o ciclo de alta de juros”, os indicadores evoluíram: a atividade econômica perdeu ritmo, as expectativas de inflação recuaram nos horizontes de curto e médio prazos e o cenário de afrouxamento monetário nos Estados Unidos fortaleceu a moeda brasileira.

Apesar da melhora, o Copom deve continuar enfatizando que a taxa Selic permanecerá em níveis elevados por um “período bastante prolongado”.

Segundo a XP, a inflação ainda está acima da meta e a demanda doméstica, embora enfraquecida, deve receber impulso com as medidas expansionistas previstas para 2026.

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“Perseverança deve ser a palavra de ordem do comunicado”, apontam Megale e equipe.

A XP projeta que, caso a melhora inflacionária se consolide, o Copom terá margem para iniciar um ciclo gradual de cortes em janeiro de 2026. A estimativa é de que os juros recuem para 12%, após seis reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual.

Ainda assim, para que a política monetária se aproxime de níveis neutros, em torno de 5,5% em termos reais, será necessário avanço em reformas fiscais e no reequilíbrio do hiato do produto, o que só deve ocorrer a partir de 2027.

Sem essas reformas estruturais, a trajetória da dívida pública pode reacender discussões sobre dominância fiscal, limitando a capacidade do Banco Central de reduzir os juros de forma significativa no futuro, dizem os economistas.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.